As câmaras de Chaves, Montalegre, Valpaços e Boticas saudaram este sábado o Ministério da Saúde pela “reversão da decisão” que alegadamente impedia a divulgação do boletim epidemiológico da Unidade de Saúde Pública (USP) do Alto Tâmega e Barroso.
As quatro autarquias do Alto Tâmega, no distrito de Vila Real, manifestaram a sua satisfação através da rede social Facebook, publicando também o boletim epidemiológico de hoje da USP do Alto Tâmega e Barroso, depois de essa divulgação não ter acontecido na sexta-feira.
No entanto, a ministra da Saúde, Marta Temido, negou hoje qualquer “proibição de partilha de informação” a nível local ou regional, depois de várias autarquias terem criticado, na sexta-feira, orientações às autoridades regionais para não divulgarem informação estatística local.
“Quero esclarecer inequivocamente que não há qualquer proibição de partilha de informação. Há, sim, um apelo claro a todas as entidades que integram o Ministério da Saúde, em especial as autoridades locais e regionais de saúde, [para que] se concentram no envio de informação atempada e consistente para o nível nacional. Boletins parcelares podem ser causadores de análises fragmentadas. Acresce, pela dimensão de alguns dados, a possibilidade de violação do segredo estatístico”, disse Marta Temido, na conferência de imprensa diária da Direção-Geral da Saúde.
Apesar disso, municípios como o de Chaves saudaram este sábado “o Ministério da Saúde pela reversão da decisão que impedia a divulgação da informação constante no relatório epidemiológico emanado pela autoridade de saúde local”. Também a autarquia de Montalegre, na mesma rede social, saudou a decisão do Ministério da Saúde pela “reversão da decisão”.
Já o município de Boticas manifestou a sua satisfação pela medida, mas realçou que a informação prestada aos cidadãos deve ser “séria e transparente”.
A Câmara de Valpaços destacou na sua nota que “imperou o bom senso” e que “a união [dos municípios] faz a força”.
A USP do Alto Tâmega e Barroso não divulgou na sexta-feira o boletim epidemiológico diário após 29 dias consecutivos a fazê-lo, onde assinalava a evolução diária dos casos positivos ou suspeitos de covid-19. Depois de os autarcas terem falado numa “lei da rolha” e acusado o Ministério da Saúde de estar a sonegar informação, a ministra da Saúde, Marta Temido, sublinhou que não há proibição de divulgar informação, pedindo antes apenas que esta seja primeiro centralizada a nível nacional.