O presidente da Rússia, Vladimir Putin, o dos Estados Unidos, Donald Trump, e o rei saudita Salman bin Abdulaziz, manifestaram este domingo apoio ao acordo dos produtores de petróleo de reduzir a produção em 9,7 milhões de barris por dia.
De acordo com o Kremlin, os três chefes de Estado tiveram uma conversa telefónica sobre o acordo alcançado pelo cartel da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que deverá estabilizar o mercado, na sequência da forte quebra do consumo devido à pandemia covid-19.
“Os líderes apoiaram o acordo alcançado dentro da OPEP sobre a limitação voluntária e gradual da produção de petróleo para estabilizar os mercados mundiais e garantir a sustentabilidade da economia global”, anunciou o Kremlin após a chamada telefónica.
Donald Trump também comentou o resultado do acordo na rede social Twitter: “Vai salvar centenas de milhares de empregos no setor da energia nos Estados Unidos”.
The big Oil Deal with OPEC Plus is done. This will save hundreds of thousands of energy jobs in the United States. I would like to thank and congratulate President Putin of Russia and King Salman of Saudi Arabia. I just spoke to them from the Oval Office. Great deal for all!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) April 12, 2020
“Quero agradecer e congratular o presidente Putin e o rei Salman, da Arábia Saudita. Acabei de falar com eles a partir da Casa branca. Bom acordo para todos!”, acrescentou.
Ainda segundo o Kremlin, Putin e Trump também mantiveram uma conversa telefónica em separado, na qual trocaram opiniões sobre a situação do mercado petrolífero e destacaram a “grande importância” da cooperação no seio da OPEP para reduzir a produção do petróleo.
A OPEP e outros produtores chegaram hoje a acordo para subir os preços cortando a produção em 9,7 milhões de barris diários a partir de 01 de maio, segundo fontes ligadas às negociações.
O corte anunciado representa um décimo do fornecimento global, segundo responsáveis do sector de vários países que participaram nas negociações, tratando-se de um acordo sem precedentes.
Devido às consequências da propagação do vírus covid-19, com o impacto na economia e a diminuição do consumo, o Comité Técnico Conjunto da OPEP tem vindo a recomendar cortes na produção de petróleo.
O ministro da Energia do México disse hoje, numa mensagem na rede social Twitter que o grupo concordou em cortar 9,7 milhões de barris por dia, a começar a partir de 01 de maio, informação confirmada pelo ministro do Petrónio do Kuwait Oil, Khaled al-Fadhel na mesma rede social.
O ministro do Petróleo do Irão também escreveu no Twitter que o corte será efetuado nos meses de maio e junho, e que os países concordaram que o México irá cortar a produção em 100 mil barris durante aqueles meses.
O objetivo do acordo é encontrar uma solução para a rápida queda nos preços do petróleo devido ao colapso da procura e à guerra de preços entre a Arábia Saudita e Rússia.
A pandemia da covid-19 desequilibrou um mercado em que a oferta global já estava excedente e agora encontra-se em proporções raramente vistas, com restrições de viagens tomadas em todos os países para impedir a propagação da doença.
Está agendada uma nova reunião para 10 de junho, também por videoconferência, “para decidir medidas adicionais, tanto quanto for necessário para equilibrar o mercado”.
O acordo também prevê um nível de redução da produção entre janeiro de 2021 e abril de 2022.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou a morte a mais de 112 mil pessoas e infetou mais de 1,6 milhões em 193 países e territórios.
Dos casos de infeção, mais de 330 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.