Kevin Krawietz não tem propriamente um grande currículo a jogar sozinho no ténis, mantendo como melhor lugar do ranking a 211.ª posição – sendo que, nesta fase, ocupa o 618.º posto. O currículo nos pares, esse, é diferente. Até porque, além de já ter ganho uma final de Ronald Garros no ano passado fazendo dupla com o também alemão Andreas Mies contra os franceses Jérémy Chardy e Fabrice Martin. Foi com esse triunfo e com a meia-final no US Open que chegou ao sétimo lugar do ranking, tendo entretanto caído para a 13.ª posição. Este seria uma espécie de ano de confirmação para o germânico. Pelo contrário, está a ser um período de viragem na vida.

Com todas as competições desportivas da modalidade paradas, a temporada de terra batida e relva canceladas e uma grande incógnita em relação a uma data de regresso (ou mesmo os moldes – e basta recordar o dilema que o número 1 do mundo, Novak Djokovic, já assumiu que terá se for obrigatório a vacinação para todos os jogadores), Kevin Krawietz quis ajudar quem mais precisa e arranjou um trabalho. Ou, como o próprio admite, um trabalho “a sério”, tendo em conta que olha para o ténis mais como um hobbie do que como uma profissão.

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“Estou há várias semanas a trabalhar como repositor de um supermercado, com um salário de 450 euros. Reponho a mercadoria nas estantes, classifico as caixas vazias e limpo os carrinhos de compras com desinfetante”, revelou à Der Spiegel, apesar de destacar que continua a passar pelos courts três/quatro vezes por semana.

Djokovic continua a ser contra a vacinação. E se for obrigatório para jogar ténis? “Não quero ser forçado, não sei mesmo…”

“Na minha vida dei-me ao luxo de converter o meu hobbie na minha profissão e agora quis ter um trabalho normal por um tempo. Por causa do coronavírus, tenho a oportunidade de fazê-lo. Levanto-me às cinco da manhã para encher as estantes do mercado quando abre e vou de patins, é assim que me desloco em Munique”, acrescentou ainda o jogador germânico que se tornou profissional há dez anos e já ganhou mais de um milhão de dólares (1.075.777 dólares, o equivalente a 996 mil euros) em prize moneys no circuito ATP.