O secretário de estado Adjunto, do Trabalho e da Formação Profissional, Miguel Cabrita, garantiu esta segunda-feira que “até 15 de maio serão processados todos os apoios” pedidos pelas empresas até ao final de abril e que já esta terça-feira, 5, serão processados os pedidos da primeira metade de abril, que correspondem a 70 mil empresas. Em declarações à Rádio Observador, Miguel Cabrita revelou que já “cem mil empresas”, que empregam 1,2 milhões de trabalhadores, recorreram ao layoff, tendo esse apoio sido solicitado para “dois terços dos trabalhadores”. Assim, o governante estima que o Estado terá de pagar a sua parte do layoff (suportada pela Segurança Social) entre 800 mil a um milhão de trabalhadores, o que custa “entre 300 a 400 milhões de euros” por mês.
Miguel Cabrita diz que o governo, ao processar no início de maio, os pedidos feitos na primeira metade de abril e a 15 de maio os pedidos feitos até o final de abril, assegura o apoio às empresas “no espaço de duas semanas“. E acrescenta: “O sistema está a responder e cada vez rapidamente“.
Apesar de reconhecer que as empresas estão “em fase de grande necessidade” e com “grandes perdas de tesouraria“, o governante destaca que “apesar de tudo” foi possível “criar um sistema de enorme dimensão” em relativo pouco tempo. Lembra, por exemplo, que não existia até agora um sistema informático para estas situações, ou, pelo menos, para esta escala na Segurança Social.
O secretário de estado Adjunto e do Trabalho avisa que, pelos custos que envolve e apesar de terem esta “almofada”, é “importante retomar a atividade económica”. Miguel Cabrita exorta as empresas a fazerem um esforço (enquanto esperam pelos apoios) para pagarem os salários aos trabalhadores, lembrando que “as empresas estão em dificuldades, mas as famílias e os trabalhadores também”. Ainda assim, admite não retirar cegamente o apoio a quem não o consiga fazer , referindo que numa fase “tão difícil” como esta é necessária “flexibilidade”.
Miguel Cabrita confirmou que a Autoridade das Condições de Trabalho (ACT) já emitiu “22 autos de suspensão de despedimento ilícito”, o que significa que está “a fazer uso dos poderes reforçados” que lhe foram concedidos.