Portugal tem 26.182 casos confirmados de Covid-19, segundo o Relatório da Direção Geral da Saúde sobre a situação epidemiológica no país desta quarta-feira, dia 6 de maio. Houve um aumento de 480 casos, num acréscimo percentual de 1,9%, mais 1,2% do que na véspera. Já o número de mortes subiu de 1.074 para 1.089, mais 15, o que fez descer ligeiramente a taxa de letalidade para 4,16% (4,18% na véspera). Por fim, o número de casos recuperados passou para 2.076, mais 333 do que na véspera, uma subida de 19,1% (na véspera tinha sido apenas de 1,8%) que representa o maior aumento em termos brutos – para se ter noção do crescimento, houve quase tantos recuperados nas últimas 24 horas (333) do que em toda a última semana (360).

Boletim DGS. Portugal não tinha tão poucas mortes em 24 horas há 40 dias mas uma das vítimas foi a mais nova no país (entre 20 e 29 anos)

Ainda assim, o maior dado que sai deste Boletim tem sobretudo a ver com a confirmação que existe uma viragem a nível da evolução da pandemia por regiões e concelhos. Ao contrário do que se passou nas primeiras semanas da pandemia em Portugal, em que as regiões Norte e Centro tinham o maior número de novos casos (e inspiravam também as maiores preocupações, como se viu no cordão sanitário criado em Ovar), agora é Lisboa e Vale do Tejo que assume essa posição com 400 dos 480 novos casos no país, a que se junta o crescimento por concelhos não só em Lisboa mas também em Sintra, Cascais, Loures, Oeiras, Amadora e Vila Franca de Xira. Olhando para os primeiros três dias da semana, 66% dos 900 novos casos foram em Lisboa e Vale do Tejo.

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De notar ainda mais duas variações, uma negativa (ainda que para já não preocupante) e uma positiva: pela primeira vez nos últimos 20 dias o número de casos internados e um Unidades de Cuidados Intensivos aumentou em simultâneo, ainda que com subidas entre 1,5% e 2,4%, mas o número de novos casos acima dos 70 anos baixou e muito em relação ao Boletim da véspera, passando de 42,7% para apenas 8,3% (40 dos 480 no total).

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O que tem mesmo de saber sobre o coronavírus em Portugal

A análise do Relatório da Direção Geral da Saúde sobre a situação epidemiológica em Portugal desta quarta-feira, dia 6 de maio, pode ser feita através de vários pontos distintos, a saber:

Número total de casos, mortes e recuperados

Maior subida de sempre no número de recuperados. Portugal tem 26.182 casos confirmados de Covid-19, segundo o Relatório da Direção Geral da Saúde sobre a situação epidemiológica no país desta quarta-feira, dia 6 de maio. Houve um aumento de 480 casos, num acréscimo percentual de 1,9%, mais 1,2% do que na véspera. Já o número de mortes subiu de 1.074 para 1.089, mais 15, o que fez descer ligeiramente a taxa de letalidade para 4,16% (4,18% na véspera). Já o número de casos recuperados passou para 2.076, mais 333 do que na véspera, uma subida de 19,1% (na véspera tinha sido apenas de 1,8%) que representa o maior aumento em termos brutos.

Evolução do número de casos por semana: 2 a 8 de março (30), 9 a 15 de março (245, +215), 16 a 22 de março (1.600, +1.355), 23 a 29 de março (5.962, +4.362), 30 de março a 5 de abril (11.278, +5.316), 6 a 12 de abril (16.585, +5.307), 13 a 19 de abril (20.206, +3.621), 20 a 26 de abril (23.683, +3.477) e 27 de abril a 3 de maio (25.282, +1.599)

Evolução do número de mortes por semana: 2 a 8 de março (0), 9 a 15 de março (0), 16 a 22 de março (14, +14), 23 a 29 de março (119, +105), 30 de março a 5 de abril (295, +176), 6 a 12 de abril (504, +209), 13 a 19 de abril (714, +210), 20 a 26 de abril (903, +189) e 27 de abril a 3 de maio (1.043, +140)

Evolução do número de recuperados por semana: 2 a 8 de março (0), 9 a 15 de março (0), 16 a 22 de março (5), 23 a 29 de março (43, +38), 30 de março a 5 de abril (75, +32), 6 a 12 de abril (277, +202), 13 a 19 de abril (610, +333), 20 a 26 de abril (1.329, +719) e 27 de abril a 3 de maio (1.689, +360)

Caracterização dos óbitos

Todas as 15 vítimas acima dos 60 anos. Mantém-se a incidência nas pessoas acima dos 70 anos (13 das 15 mortes neste Boletim), que representam 87,2% das 1.089 mortes por Covid-19 no país (732 acima dos 80 anos, 218 entre os 70 e os 79 anos). Das 15 mortes nas últimas 24 horas, 11 registaram-se em pessoas acima dos 80 anos. Depois de, na véspera, ter sido registado a morte mais nova no país desde o início da pandemia, um cidadão do Bangladesh de 29 anos, todos os óbitos neste Boletim foram entre pessoas acima dos 60 anos. A nível de regiões, e ao contrário da véspera, o Norte teve dois terços dos mortos nas últimas 24 horas (dez, num total de 623), mais do que em Lisboa e Vale do Tejo (mais três, num total de 226) e no Centro (mais dois, num total de 213).

Caracterização do número de casos por região

83,3% dos novos casos em Lisboa e Vale do Tejo. O Norte continua a ser a região com o maior número de casos mas regista-se neste Boletim uma inversão ainda mais acentuada àquilo que era quase uma regra e que tendencialmente tem vindo a mudar nos últimos dias: Lisboa e Vale do Tejo teve um aumento muito maior do que todas as outras regiões, registando 83,3% de todos os novos casos nas últimas 24 horas, com mais 400 casos num total de 6.641 (subida de 6,4%). No Norte foram contabilizados mais 57 casos, num total de 15.256 (subida de 0,4%), ao passo que no Centro registaram-se mais 16 casos, num total de 3.505 (subida de 0,5%). Açores (132) e Madeira (86) continuam sem registar novos casos, algo que neste Boletim se passa também no Alentejo, e houve ainda um aumento de mais sete casos no Sul (mais 2,1%, num total de 342).

Número de países e casos importados

Portugal mantém linha sem novos casos importados. À semelhança do que já tinha acontecido na semana passada e no início da presente, não houve hoje qualquer variação a nível de número de casos importados nem países de importação, mantendo-se assim os 751 casos de 48 países. Espanha (171), França (137), Reino Unido (88), Emirados Árabes Unidos (48) e Suíça (45) são os cinco países com maior registo de casos importados.

Número de casos por grupo etário

Apenas 8,3% dos novos casos acima dos 70 anos (na véspera tinham sido mais de 42%). A faixa entre os 50 e os 59 anos continua a ser aquela que tem o maior número de casos de Covid-19, de acordo com o Boletim de hoje: mais 88 casos, num total de 4.431, enquanto a faixa entre os 40 e os 49 anos registou mais 112 casos, num total de 4.388. Ainda assim, as duas grandes variações do dia foram outras: por um lado, o decréscimo a pique dos novos casos acima dos 70 anos, que foi na véspera tinha sido de 42,7% e que agora se ficou pelos 8,3%, entre a faixa dos 70 aos 79 anos (mais 11, num total de 2.275) e acima dos 80 anos (mais 29, num total de 4.074); por outro, a subida acentuada dos novos casos abaixo dos 50 anos, que representaram nas últimas 24 horas um total de 66,5% (319 dos 480 novos casos). A faixa etária que mais subiu em relação à véspera foi entre os 40 e os 49 anos (mais 112, num total de 4.388), seguida da faixa entre os 20 e os 29 anos (mais 100, num total de 3.094).

Número de casos internados e nos cuidados intensivos

Casos internados e em UCI crescem em simultâneo 20 dias depois. Depois da grande descida na segunda-feira (5%, num total de menos 43 pessoas), o número de casos internados por Covid-19 voltou a sofrer um aumento pelo segundo dia consecutivo (mais 20, subida de 2,4%, num total de 838). No entanto, há outro dado que importa reter: pela primeira vez desde 16 de abril também o número de casos em Unidades de Cuidados Intensivos aumentou à semelhança dos internados (daí para a frente, das raras ocasiões em que houve subidas foi apenas num destes campos). Assim, há mais dois casos em UCI, um aumento de 1,5% num total de 136.

Número de casos suspeitos, não confirmados, em vigilância e a aguardar resultados

Quinto dia seguido com menos contactos em vigilância. O Boletim de hoje volta a apresentar valores estabilizados nos parâmetros mais gerais: o número de casos suspeitos teve um aumento de 1,4% (mais 3.553, num total de 262.041) e o número de casos não confirmados subiu também 1,4% (mais 3.252, num total de 233.367). O número de contactos em vigilância pelas autoridades de saúde também desceu pelo quinto dia consecutivo, desta vez 1,9%, menos 487 num total de 24.579, ao passo que a maior variação esteve mais uma vez no número de casos a aguardar resultados (menos 179, descida de 6,7%, num total de 2.492).

Caracterização dos casos por género

59% dos casos registam-se entre mulheres. Continua a confirmar-se uma tendência de distribuição por género em Portugal: a percentagem de mulheres infetadas tem vindo a subir de forma ligeira e gradual, com mais 46 mulheres do que homens infetados apenas em relação a este novo Boletim num total de mais 4.760 casos positivos em mulheres (num total de 15.471 casos, 59% dos 26.182 em Portugal).

Número de casos por concelho

Lisboa teve maior subida do dia. Lisboa continua a ser o concelho do país com mais casos de Covid-19, num total de 1.627 (mais 48 do que na véspera), e teve também o maior crescimento neste Boletim que confirma a tendência que se registou a nível de regiões: enquanto que concelhos como Vila Nova de Gaia (sem novos casos, total de 1.425), Porto (sem novos casos, total de 1.266), Gondomar (sem novos casos, total de 1.009), Matosinhos (mais quatro, total de 1.153) ou Braga (mais cinco, total de 1.118) tiveram crescimentos nulos ou residuais, outros concelhos de Lisboa e Vale do Tejo tiveram subidas acentuadas nas últimas 24 horas, como Sintra (mais 42, total de 669), Cascais (mais 38, total de 389), Loures (mais 33, total de 453), Oeiras (mais 22, total de 254), Amadora (mais 15, total de 383) e Vila Franca de Xira (mais 13, depois dos 19 na véspera, total de 229).

Caracterização dos casos confirmados por sintomas

Tosse continua a ser o principal sintoma. Os sintomas apresentados esta quarta-feira entre testes positivos (com informação de 88% desses casos, a mesma percentagem da véspera) mantêm-se quase inalterados em relação aos últimos três dias, após uma forte variação negativa no decorrer da última semana: há uma preponderância maior de tosse (43%) e febre (30%, menos 1%), seguidas de dores musculares (22%) e cefaleia (20%). Fraqueza generalizada (16%) e dificuldades respiratórias (12%, menos 1%) são os sintomas com menor taxa de incidência.