Wilson Roosevelt Jerman, que trabalhou na Casa Branca ao serviço de 11 presidentes dos Estados Unidos, morreu aos 91 anos, depois de ter contraído Covid-19, anunciou a família.
Wilson Roosevelt Jerman worked in the White House for a half century, serving as a White House butler from Presidents Eisenhower through Obama. He has passed as a result of the coronavirus at 91. Mr. Jerman not only witnessed so much history, he is part of our history. RIP. pic.twitter.com/TapxTmAhFT
— Marie Coronel (@10NewsCoronel) May 22, 2020
O homem que começou a trabalhar como empregado de limpeza na Casa Branca quando era Presidente Dwight Eisenhower (1953-1961) foi rapidamente promovido a mordomo, ao serviço de Kennedy (1961-1963), e reformou-se em 2012, durante o mandato de Barack Obama (2009-2017).
“Com a sua amabilidade e cuidado, Wilson Jerman ajudou a fazer da Casa Branca um lar durante décadas para várias Primeiras Famílias, incluindo a nossa”, disse a ex-primeira dama Michelle Obama, numa nota citada pela agência de notícias Associated Press. “O seu serviço aos outros – a sua vontade de ir mais além pelo país que amava e por todos aqueles cujas vidas tocou – é um legado digno do seu espírito generoso”, acrescentou.
Hillary Clinton também transmitiu condolências à família, através do Twitter, elogiando a capacidade de Jerman de fazer as famílias de vários Presidentes “sentirem-se em casa”.
Bill and I were saddened to hear of the passing of Wilson Roosevelt Jerman at the age of 91 from COVID-19. Jerman served as a White House butler across 11 presidencies and made generations of first families feel at home, including ours. Our warmest condolences to his loved ones.
— Hillary Clinton (@HillaryClinton) May 21, 2020
O ex-Presidente George W. Bush e Laura Bush prestaram igualmente tributo ao antigo mordomo, considerando-o “um homem adorável”.
“Ele era a primeira pessoa que víamos de manhã quando saíamos da residência e a última pessoa que víamos à noite quando regressávamos”, escreveu o casal, numa nota à televisão NBC News.
Jerman tornou-se mordomo da Casa Branca durante a presidência de John F. Kennedy (1961-1963), uma promoção que teve a mão de Jacqueline Kennedy, de acordo com uma das netas de Jerman, Jamila Garrett.
Desiree Barnes, assessora na Casa Branca durante a presidência de Obama, garantiu que Jerman tratava todo o pessoal com amabilidade, recordando que, quando era ainda estagiária, o mordomo lhe trazia uma refeição se ainda não tivesse comido, e que chegou mesmo a telefonar-lhe durante uma tempestade de neve para se certificar de que ela estava bem.
“Não importava qual era o partido político, ele estava lá para servir”, disse Barnes. “Ele esteve lá em alguns dos dias mais difíceis para muitos presidentes… Imagine estar lá quando o Presidente Kennedy foi assassinado e ter de receber a primeira dama na altura. Portanto, ele era um homem muito empático”, elogiou.
OS Estados Unidos registaram quase 95.000 mortes provocadas pela Covid-19, uma doença que afetou de forma desproporcionada os afro-americanos, como Jerman.
Em abril, uma investigação da agência Associated Press, com base nos dados oficiais divulgados diariamente, apontava que mais de 30% das vítimas mortais com Covid-19 eram afro-americanos, embora os negros representem apenas 13% da população nas áreas abrangidas pela análise.
Dados de março, disponibilizados pelo Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, sobre o número de hospitalizações em 14 estados, confirmaram que um terço das vítimas eram afro-americanos.