O PSD questionou, no domingo, o Governo relativamente ao nível II do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR), alegando que está a acontecer uma “grave violação do planeamento anunciado”, porque há falta de meios aéreos disponíveis.

Na pergunta dirigida ao Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e ao Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, o PSD indica que, no nível II do DECIR, que vigora entre 15 e 31 de maio, estava previsto que “estivessem operacionais no combate aos incêndios 14 helicópteros ligeiros (HEBL), 12 helicópteros médios (HEBM), oito aviões bombardeiros (Anfíbios), dois aviões de reconhecimento (AVRAC) e um helicóptero reconhecimento (HERAC)”.

“É com preocupação que os deputados subscritores desta pergunta parlamentar deram conta da grave violação do planeamento anunciado, fortemente propagandeado e aprovado no DECIR 2020, visto não estarem operacionais diversos meios aéreos, deixando alguns distritos, como por exemplo Braga, Portalegre, Setúbal e Beja sem qualquer meio aéreo de combate aos incêndios”, salientam os parlamentares Duarte Marques, Fernando Negrão, Carlos Peixoto, André Coelho Lima, Mónica Quintela, José Cancela de Moura, Sandra Pereira e Lina Lopes.

De acordo com estes sociais-democratas, “deveriam estar já no terreno três meios aéreos de coordenação” que “também não estão ainda operacionais”, e “faltam pelo menos oito helicópteros face à informação divulgada pelo Ministério da Administração Interna”.

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Pelas contas do PSD, “faltam os helicópteros previstos para Fafe (Braga), Ourique (Beja), Cernache (Coimbra), Portalegre, Grândola (Setúbal), Santa Comba Dão (Viseu), Vila Real e Alfandega da Fé (Bragança)”.

Face a isto, os deputados querem saber quando é que estarão “de facto operacionais” os “meios aéreos previstos para o nível II” do dispositivo de combate a incêndios e “quantos meios aéreos de combate aos incêndios, e em que locais, estiveram de facto operacionais entre 15 e 31 de maio?”.

“Como justifica o Governo mais este atraso na operação de meios aéreos que deixa pelo menos quatro distritos do país sem qualquer apoio aéreo no combate aos incêndios?”, querem saber também os sociais-democratas, perguntando igualmente se o Governo consegue garantir que na fase seguinte do combate aos incêndios, que se inicia a 01 de junho, “os meios aéreos previstos no DECIR2020 vão estar todos no terreno e operacionais”.

O PSD pergunta ainda se o Governo tem conhecimento “de outras falhas face ao planeamento previsto no DECIR2020 para esta época”.

O partido salienta que os meios aéreos são “um dos elementos fundamentais de qualquer estratégia de combate” aos incêndios e critica os “recorrentes atrasos na colocação de meios aéreos no terreno e a violação constante do planeamento previsto no DECIR dos últimos três anos”.

Na ótica do PSD, isto deveria instar o Governo “a conseguir finalmente ter os meios operacionais dentro dos prazos previstos e dos calendários estipulados pelo próprio executivo”.

“Apesar de recorrentemente alertado para a necessidade de planear a longo prazo, de preparar concursos de aluguer de meios mais atempadamente, o Governo, pelo quarto ano consecutivo, voltar a falhar redondamente no cumprimento dos calendários que o próprio estabeleceu”, lamenta o partido.

Os autores da pergunta consideram ainda que “o Governo tem ocultado do Parlamento e dos portugueses em geral, o incumprimento do DECIR2020 e em particular esta falha grave do dispositivo de combate aos fogos”, algo que classificam como “inaceitável e altamente reprovável”.

Apontando que “esta é uma matéria de segurança nacional onde não admite qualquer jogo político”, os sociais-democratas pedem “uma maior transparência e humildade na abordagem a esta questão”.