Felizmente, há postos de carga rápida para as baterias dos automóveis eléctricos modernos. Depois de ler este artigo, vai perceber a razão de ser desta afirmação, porque nem todos terão a devida percepção da potência que se consegue retirar dos postos de carga, sejam eles os privados lá de casa, de carga normal em corrente alterna (AC), ou os públicos, que tanto podem ser normais (em AC) como rápidos (em DC, ou seja, corrente contínua).
Sempre que ligamos um carro eléctrico à tomada lá de casa, podemos extrair da rede um mínimo de 2,3 kW (com uma ligação de 10 amperes) e um máximo de 7,4 kW (a 32 A). A partir daqui, só com corrente trifásica. Mas na rede pública, os postos ditos normais (de baixa potência), atingiam 3,7 kW, sendo que hoje os melhores fornecem 11 kW e até 22 kW. Já os postos de carga rápida continuam limitados a 50 kW e só a Tesla oferece 150 kW (a evoluir para 250 kW com os Superchargers V3), existindo alguns concessionários de outros fabricantes com carregadores com potências similares.
Tendo isto presente, um programa de televisão finlandês resolveu colocar tudo em perspectiva, propondo a recarga de carros eléctricos através da potência fornecida pelo homem. Para que a “coisa” atingisse dimensão, foram instaladas em estúdio nove bicicletas e convidados para pedalar outros tantos ciclistas profissionais, cuja condição física garantiria uma produção de electricidade superior.
Os nove ciclistas começaram por superar ligeiramente 1 kW. Mas, assim que encontraram o seu ritmo, passaram a estabilizar em torno de 1,2 kW. Ou seja, metade do que se consegue retirar da mesma tomada a que ligamos a torradeira ou a máquina do café. Como o desafio supunha avaliar a autonomia que se conseguia ganhar num Tesla Model X, verificou-se que, após 20 minutos de esforço máximo, o SUV da Tesla apenas viu a sua autonomia subir 2 km, passando de 181 km (com a energia que tinha na bateria) para 183 km. Conclusão? Felizmente, há postos de carga rápida… E, se (ainda) está com dúvidas, basta pensar que a autonomia aumentaria apenas 222 metros, com apenas um ciclista profissional a trabalhar “no duro” durante 20 minutos.