A McLaren, fabricante britânico de superdesportivos e dona da equipa de Fórmula 1 homónima, vai prescindir de 30% da sua força de trabalho. A companhia, que até aqui empregava 4000 funcionários, informou que vai despedir 1200 trabalhadores, mais de um quarto do pessoal.

A medida é justificada como um reflexo da crise causada pelo novo coronavírus, que não só levou à paragem da competição na Fórmula 1 como obrigou à suspensão da produção e conduziu a uma acentuada queda nas vendas de automóveis, com a consequente redução de lucros. De notar que só o cancelamento de Grandes Prémios no Mundial de Fórmula 1 terá afectado (severamente) as contas da companhia, na medida em que o campeonato representa 12% das receitas, entre prémios e publicidade. Esta situação será em tudo idêntica à da Ferrari, Mercedes e Red Bull, que também disputam a categoria rainha do desporto automóvel, embora até ao momento ainda não tenham tornado público quaisquer despedimentos. Reestruturação pior, porém, será a que se preparam para fazer outros construtores, designadamente a Nissan, que pode despedir até 20.000 trabalhadores.

“Não temos outra hipótese a não ser reduzir o tamanho da nossa força de trabalho”, justificou o presidente do McLaren Group, Paul Walsh, em declarações ao The Guardian. Segundo ele, foram tomadas “drásticas” medidas de contenção para evitar despedimentos, mas isso não foi suficiente para equilibrar as contas da empresa.

As perdas de postos de trabalho ocorrem numa altura em que a McLaren procura reunir 275 milhões de libras, atraindo investidores com base no valor do edifício da sede da marca em Woking, que foi projectado por Norman Foster, e também na colecção de carros clássicos. Esta tentativa de financiamento surge depois de, alegadamente, o Governo inglês ter recusado um empréstimo de emergência no valor de 150 milhões de libras.

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