A filha do presidente dos Estados Unidos tentou, mas a primeira-dama pôs-lhe um travão. Pouco tempo após a eleição de Donald Trump, em 2016, Melania terá tentado mudar o nome do instituído Gabinete da Primeira-dama transformando-o no “gabinete da primeira família”, de forma a que estrutura pudesse servir não apenas a mulher do presidente, neste caso sua madrasta, mas outros membros da família Trump.

Alguns detalhes da rivalidade há muito especulada entre a filha mais velha de Trump e Melania, a sua terceira mulher, são agora revelados no livro “Art of her Deal: The Untold Story of Melania Trump”, da autoria de Mary Jordan, jornalista do The Washington Post e vencedora de um Pulitzer.

No livro, a autora descreve a surpresa de Donald Trump quando soube que tinha ganhado as eleições. À espera de uma derrota, o candidato até já tinha programado uma viagem para a Escócia após a noite eleitoral.

O livro de Mary Jordan chega às livrarias no dia 16 de junho

Face à Vitória, a família adaptou-se rapidamente ao novo estatuto, apenas Melania, segundo o livro, terá demorado mais a reagir, optando mesmo por continuar em Nova Iorque, na famosa Trump Tower com Barron, na altura com dez anos, enquanto renegociava o seu acordo pré-nupcial.

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Na sua ausência, Ivanka Trump, a primeira mulher da família a pisar a Casa Branca, quis conquistar influência. Segundo o mesmo título, a filha do milionário norte-americano tentou ocupar escritórios na ala leste do edifício, tradicionalmente reservado à primeira-dama dos Estados Unidos. Nomeada consultora da administração Trump, tentou na altura mudar o nome do gabinete que representa a primeira-dama para “gabinete da primeira família” (fist family office). Melania impediu a mudança.

“Com Melania fora, Ivanka usou o seu teatro privado e aproveitou outras vantagens da Casa Branca. Alguns pessoas contaram que ela agia como se a residência oficial [da primeira-dama] como se fosse a sua própria casa. Melania não gostou. Quando finalmente se mudou com Barron, pôs fim a esse entra e sai e impôs limites”, escreve Jordan no livro.

Ao Business Insider, um porta-voz da Casa Branca negou os relatos contidos no livro. Já a Simon & Schuster, editora do livro, havia indicado que a jornalista tinha entrevistado Melania Trump no seu trabalho para o The Washington Post, mas que a Casa Branco tinha rejeitado qualquer pedido para falar com a primeira-dama no âmbito do livro.

“Melania move-se muito nos bastidores, mas é incrivelmente influente. Não é o tipo de pessoa que entra e diz: ‘Contrata este, demite aquele’. Mas certifica-se de que o presidente sabe o que ela pensa e Trump leva muito em conta as suas opiniões”, afirmou Sean Spicer, o primeiro diretor de comunicação de Donald Trump.

Jordan descreve Melania como uma figura leal. “Ela tem razão” é uma das expressões referidas no livro e que habitualmente serve de ponto final em discussões e trocas de ideias. Trump acredita que toda a gente na Casa Branca tem uma agenda e age de acordo com os seus próprios interesses. Melania é alvo de uma confiança quase cega.