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Banco de Portugal chumba Pedro Alves para novo mandato na Montepio Crédito

Este artigo tem mais de 3 anos

Banqueiro que esteve para ser presidente do grupo no final do ano passado também não terá "luz verde" do Banco de Portugal para fazer novo mandato na Montepio Crédito.

Pedro Alves tem vindo a liderar a Montepio Crédito, mas não poderá ser reconduzido.
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Pedro Alves tem vindo a liderar a Montepio Crédito, mas não poderá ser reconduzido.

Pedro Alves tem vindo a liderar a Montepio Crédito, mas não poderá ser reconduzido.

O Banco de Portugal já sinalizou a Carlos Tavares, presidente do conselho de administração do Banco Montepio, que o nome de Pedro Gouveia Alves, atual presidente da Montepio Crédito, não deverá ser proposto para um novo mandato à frente dessa unidade, apurou o Observador. O supervisor passou os últimos meses a reavaliar a idoneidade do gestor à luz de informação “nova e comprometedora” que chegou ao Banco de Portugal no outono – que foi noticiada em primeira mão pelo Observador – e que levou a que Pedro Alves não se tivesse tornado presidente do banco, como esteve para acontecer no final do ano passado.

Pedro Alves – que é também administrador não-executivo no Banco Montepio – já tinha visto expirar o mandato na Montepio Crédito em dezembro e precisava de um novo registo por parte do Departamento de Supervisão Prudencial para poder ser novamente proposto e reconduzido pelo Banco Montepio. Mas essa “luz verde” não seria dada, caso o nome viesse a ser proposto, já que o banqueiro tem estado sob investigação por parte do Departamento de Ação Sancionatória em relação a matérias que dizem respeito a 2009 mas que o Banco de Portugal só começou a investigar em outubro/novembro de 2019 por só nessa altura lhe ter chegado uma denúncia suportada em documentos da época.

Esses documentos apontam para o envolvimento de Pedro Alves numa task force que, no início da crise, em 2009, criou uma estratégia cujo efeito prático foi mascarar rácios de crédito vencido, escondendo do supervisor (e do mercado), de forma considerada ilícita pela auditora Deloitte, as dificuldades que o banco atravessou no início da crise económica, especificamente nos rácios de incumprimento no crédito à habitação concedido a particulares. Essa auditoria incidiu sobre o período entre 2009 e 2012.

A operação polémica é do tempo de Tomás Correia no Montepio

RODRIGO ANTUNES/LUSA

A operação, feita quando Tomás Correia era ainda presidente do banco (além, também, da mutualista Montepio), foi descrita em detalhe pelo Observador no dia 31 de outubro de 2019. Na altura, Pedro Alves tinha sido escolhido para presidente do Banco Montepio mas acabou, alguns dias depois, por retirar a candidatura porque, como o Observador também noticiou, foi indicado informalmente que o Departamento de Supervisão Prudencial não lhe daria autorização para assumir essas responsabilidades.

“Cosmética” de contas no Montepio e prémios para mascarar créditos. O relatório que trama Pedro Alves, nomeado presidente do banco

Apesar de não ter subido à presidência-executiva do grupo (que acabaria por ficar para Pedro Leitão), Pedro Alves manteve-se na Montepio Crédito mas o mandato terminou no final do ano. Devido à pandemia, foi adiado para 30 de junho o prazo para que se realizasse nova assembleia-geral eletiva (não só para a Montepio Crédito mas para outras empresas do grupo).

Contudo, esse prazo já expirou há quase duas semanas, pelo que esse processo poderá estar a ser atrasado pela necessidade de encontrar um nome alternativo para a presidência da Montepio Crédito, que tem sido uma das unidades mais lucrativas do grupo nos últimos anos. Recorde-se que, ao propor um nome de um gestor para uma empresa, a administração do grupo também estaria a dar o seu próprio aval, bem como dos órgãos de controlo interno, pelo que esta é uma situação delicada que Carlos Tavares e a administração do Banco Montepio estão a gerir.

Contactada, fonte oficial do Banco de Portugal não fez quaisquer comentários. Já fonte oficial do Banco Montepio respondeu que a instituição “não pode, nem deve, comentar assuntos internos da vida da instituição e assuntos relacionados com os reguladores”.

O powerpoint polémico

A auditoria da Deloitte a essas práticas irregulares de 2009, que foi realizada em 2014/2015, já estava no Banco de Portugal desde essa altura. Mas só em outubro chegou ao supervisor a apresentação em powerpoint que serviu de base à estratégia comercial executada em 2009 e que comprova o envolvimento de Pedro Alves nessa iniciativa que a Deloitte criticou duramente. Uma iniciativa que terá envolvido prémios para as direções comerciais e para os membros da task force, de acordo com a apresentação vista pelo Observador.

A auditoria censurava os administradores responsáveis (Pedro Alves não era administrador nessa altura, era diretor de planeamento) mas essa apresentação em powerpoint tornou-se o elemento que permitiu ligar Pedro Alves a esse plano – um elemento-chave de investigação que o Banco de Portugal tem valorizado ao ponto de rejeitar o seu nome para a presidência da comissão executiva do grupo no final do ano passado e, agora, para uma recondução na Montepio Crédito.

Ex-ministro das Finanças Campos e Cunha lançado para a liderança da mutualista Montepio

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