O grupo alemão Daimler acordou com as autoridades americanas o pagamento de 1,89 mil milhões de euros para resolver dois processos que se arrastavam há já algum tempo nos tribunais locais, relacionados com veículos Mercedes Classe E, S, ML, GL, GLK e R, incluindo ainda os furgões Sprinter, todos eles fabricados entre 2009 e 2016. Todos os modelos estavam equipados com motores a gasóleo BlueTech.

Em comunicado, a Daimler deu-se como feliz pelos acordos alcançados relativos a dois processos separados, esperando agora que sejam ratificados pelos tribunais. O processo mais dispendioso dizia respeito aos sistemas de controlo de emissões instalados em 250.000 veículos a gasóleo comercializados nos EUA. Neste caso, em causa estavam queixas de âmbito ambiental e cível, com o acordo a obrigar a casa-mãe da Mercedes a pagar 1,3 mil milhões de euros.

Paralelamente, num segundo processo de acção colectiva, que aguardava decisão noutro tribunal norte-americano, a Daimler chegou a acordo com os queixosos, o que vai dar origem a um pagamento adicional de 593 milhões de euros, incluindo já as custas judiciais. No total, a Daimler admite que vai gastar cerca de 1,9 mil milhões de euros, mais cerca de 500 milhões em requerimentos.

A pesada multa chega num mau momento para a Daimler que, como qualquer outro fabricante de automóveis, está a braços com a crise provocada pela pandemia, o que tem levado a que sejam vulgares os recursos a empréstimos da banca para reforçar a tesouraria. As penalidades têm de ser liquidadas nos próximos três anos, com o maior impacto a ter lugar nos próximos 12 meses.

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