O presidente do Governo dos Açores valorizou esta sexta-feira a decisão britânica de excluir a quarentena a quem viaja para a região, mas reconheceu que a situação em torno da pandemia “evolui muito rapidamente”, por vezes “no espaço de horas”.

Para o governante, a exclusão de quarentenas aos britânicos que viajem para os Açores é uma “notícia positiva”, que já foi “de forma muito clara e exemplar” destacada por representantes do setor empresarial e hoteleiro, inclusive.

O governo britânico retirou na quinta-feira Portugal da lista de países seguros, com exceção das regiões da Madeira e Açores, e, a partir de sábado, obriga a cumprir uma quarentena de duas semanas ao chegar ao Reino Unido.

Há algo que nunca podemos perder de vista. Esta é uma situação que evolui muito rapidamente”, por vezes com “alterações que podem acontecer no espaço de horas”, sinalizou todavia Vasco Cordeiro.

O chefe do executivo regional falava em Ponta Delgada, depois de uma audiência com o presidente do Conselho Económico e Social da região, Gualter Fortuna.

Admitindo não poder garantir, “como ninguém pode”, que não haverá mais casos de Covid-19 nos Açores, Vasco Cordeiro disse que o que tem sido feito é aplicar “esforços” na testagem de quem visita a região, na deteção do novo coronavírus e em “todo um conjunto de medidas que do ponto de vista das autoridades de saúda são consideradas as medidas adequadas para lidar com essa situação”.

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Nesse sentido, a abertura do ano escolar, que decorrerá nos Açores na próxima semana, será “uma prova significativa”, reconheceu.

O encontro com Gualter Furtado foi o último do atual mandato do Conselho Económico e Social, que termina funções quando a nova Assembleia Legislativa dos Açores entrar em funcionamento, após as eleições regionais marcadas para 25 de outubro.

Vasco Cordeiro definiu o mandato do economista como “frutuoso, frutífero, produtivo e bastante meritório”, pautado por “contributos” para o debate do estado da região em matérias como demografia e transportes.

Gualter Furtado, por seu turno, não fechou as portas a uma recondução no cargo: “um açoriano consciente está sempre disponível para ajudar a sua terra seja em que cargo for”, disse, embora admitindo que, caso o convite surja, terão de ser “avaliadas” diversas questões.

Até ao momento, foram detetados na região 252 casos de infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença Covid-19, verificando-se atualmente 44 casos positivos ativos: 36 na ilha de São Miguel, seis na ilha Terceira, um na ilha do Pico e um na ilha Graciosa.

Desde o início do surto morreram 16 pessoas com Covid-19 na região, todas em São Miguel.