O número de internados com Covid-19 em Portugal continua a aumentar — de há um mês para cá, aliás, aumentou para mais do dobro.

Os dados surgem plasmados nos boletins diários da Direção Geral da Saúde relativos à evolução do novo coronavírus em Portugal. Esta segunda-feira, a nova atualização indica mais 734 casos confirmados de infeção e mais 13 mortes. Os novos dados foram apurados ao longo das 24 horas de domingo.

De 345 nos hospitais a 5 de setembro para 701 a 5 de outubro

Há um mês, a 5 de setembro, a atualização diária da DGS apontava para um total de 345 pessoas hospitalizadas. Já na atualização desta segunda-feira, 5 de outubro, o número de internados reportados ascende a 701. Ou seja, entre saídas e novas entradas dos hospitais, estão mais 356 pessoas hospitalizadas face ao mesmo dia do mês passado.

O número de pessoas internadas aumentou de forma razoavelmente constante durante todo o mês de setembro e neste início de outubro. No início de setembro, o número de internados era pouco superior a 300. A meio do mês, contabilizavam-se já mais de 450 pessoas hospitalizadas em unidades de saúde.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O número de internamentos continuou a crescer durante a última quinzena do mês, ultrapassando o marco de 500 internados a 20 de setembro e de 600 internados a 24 de setembro.

Pior fim-de-semana de toda a pandemia. Pela primeira vez, Portugal tem mais de 900 casos em dois dias consecutivos

Em 48 horas, mais 33 pessoas em hospitais

O aumento no número de internamentos em hospitais por Covid-19 verificou-se também nas 24 horas de este domingo, de acordo com o boletim divulgado esta segunda-feira pela Direção Geral da Saúde.

À meia-noite de domingo estavam internadas em unidades de saúde portuguesas 682 pessoas (mais 14 do que 24 horas antes). Já à meia-noite do dia seguinte — esta segunda-feira, 5 de outubro — o número de internamentos ultrapassou o marco dos 700, com mais 19 pessoas em hospitais (entre saídas e novas entradas).

O balanço entre saídas e novas entradas em hospitais é assim negativo: ao longo das últimas 48 horas o número de doentes internados aumentou em mais 33 pessoas.

Já o número de internados em unidades de cuidados intensivos teve uma variação inferior nas últimas 24 horas: entre saídas e novas entradas, à meia-noite de esta segunda-feira estavam em UCI 106 doentes — mais um do que à meia-noite do dia anterior e os mesmo por comparação com os que estavam em UCI há 48 horas.

O que distingue a primeira e a segunda vaga de Covid? Um vírus diferente, mais sequelas, outros infetados mas mais conhecimento

Este foi o domingo com mais casos desde a rentrée

O número de novos casos de infeção detetados pelas autoridades de saúde ao longo das últimas 24 horas, 734, é inferior ao registado nos últimos cinco dias — o que é habitual, visto que os dados recolhidos aos domingos (e surgidos nos boletins de segunda-feira) costumam ser mais diminutos.

Desde o boletim diário de 29 de setembro (referente aos dados do dia anterior, uma segunda-feira) que o número de casos de infeção em Portugal confirmados ao longo de 24h não era inferior a 800.

Porém, se a comparação for feita com o mesmo dia da semana anterior, o número de casos detetados teve uma subida exponencial: ao longo do domingo anterior (27 de setembro) tinham sido detetados 425 novos casos e ao longo de este domingo foram detetados 734.

O número de casos detetados este domingo é também superior ao dos domingo de dia 20 de setembro (623 novos casos), dia 13 de setembro (613 novos casos) e dia 6 de setembro (249). Tal significa que desde que o número de casos de infeção em Portugal subiu, num período que muitos especialistas consideram ser já de “segunda vaga”, este é o domingo com um maior número de casos de infeção detetados.

Dez boas notícias sobre a Covid (porque também há)

Nas últimas semanas, só tinha morrido tanta gente num dia

Também desde que o número de casos diários de infeção voltou a aumentar em Portugal, só por uma vez e só num dia o número de mortes contabilizadas ao longo de 24 horas tinha sido tão alta.

Este domingo, 4 de outubro, as autoridades reportaram a morte de 13 pessoas infetadas com SARS-CoV-2, o vírus causador da doença Covid-19. Nas últimas semanas, só a 20 de setembro, dia em que também foram reportadas 13 mortes, o número de mortes tinha sido tão alto.

Das 13 pessoas que morreram, só uma tinha menos de 80 anos

Das 13 pessoas que morreram em Portugal infetadas com o novo coronavírus, ao longo deste domingo, só uma tinha menos de 80 anos — e teria entre 70 e 79.

O boletim divulgado pela DGS permite ainda concluir que sete das vítimas mortais eram da região de Lisboa e Vale do Tejo, três da região Norte, 2 da região Centro e 1 do Alentejo.

“Parece que estamos todos de castigo”. Passámos uma semana numa escola para ver tudo o que a pandemia mudou

Regiões Norte e Lisboa e Vale do Tejo concentram 90% dos novos casos

No que respeita à distribuição territorial dos novos casos, Lisboa e Vale do Tejo é a região com mais infetados confirmados ao longo das últimas 24h: foram 356, equivalente a 49% da totalidade de casos detetados no país.

Já região Norte, que tinha tido o maior número de casos detetados na véspera, conta com mais 298 infetados, equivalente a 41% dos novos casos.

Assim, Lisboa e Vale do Tejo (LVT) e Norte concentram 90% dos casos de infeção detetados no país ao longo das 24 horas de este domingo.

As regiões Centro e Sul seguem-se, com respetivamente mais 45 e 25 casos de infeção detetados nas últimas 24 horas. No Alentejo foram confirmadas mais seis infeções, na Madeira mais três e nos Açores mais uma.

Novas infeções incidiram sobretudo em quem tem entre 20 e 59 anos

A faixa etária em que se detetou um maior número de casos de infeção ao longo das últimas 24 horas foi a que vai dos 40 aos 49 anos: houve um total de mais 131 infetados confirmados. Seguiram-se as faixas etárias dos 20 aos 29 anos (+ 118), 30 a 39 anos (+ 111) e 50 a 59 anos (+ 107 infetados).

Com um número de novos casos elevado, mas inferior aos das restantes faixas etárias, esteve a população em Portugal considerada de maior risco, com 60 a 69 anos (+ 82 infetados), 70 a 79 anos (+ 46) e com 80 anos ou mais (+ 54).