As detenções pelo crime de violência doméstica diminuíram cerca de 32% desde o início da pandemia de Covid-19 em relação ao mesmo período de 2019, revelou esta quarta-feira a Polícia de Segurança Pública.

No webinário “A pandemia da Covid-19 e a segurança interna”, o chefe da divisão de policiamento e ordem pública da PSP, Pedro Grilo, avançou que, entre 18 de março e 01 de outubro, se registou “uma diminuição efetiva” das queixas por violência doméstica, bem como um decréscimo de cerca de 32% das detenções por este tipo de crime.

Segundo os dados avançados pela PSP, 290 pessoas foram detidas, entre 18 de março (quando começou o estado de emergência devido à Covid-19) e 01 de outubro, enquanto no mesmo período do ano passado foram feitas por esta força de segurança 422 detenções.

O mesmo responsável adiantou também que no estado de emergência, que terminou a 02 de maio, se registou um aumento dos crimes de burlas informáticas e comunicações e fraude bancária, bem com o crime de condução sem habilitação legal e de desobediência.

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Pedro Grilo justificou o crime de condução sem habilitação legal com “o aumento exponencial” das ações de fiscalização rodoviária realizadas pelo PSP.

Por sua vez, no período entre 03 de maio e 01 de outubro, registou-se “uma diminuição acentuada da criminalidade geral e violenta e grave”, apesar do aumento da proatividade policial e das detenções, sublinhou o chefe da divisão de policiamento e ordem pública da PSP.

Pedro Grilo sublinhou igualmente que, nos diferentes contextos da epidemia, designadamente no estado de emergência e situações de calamidade e de contingência, “não se registaram incidentes de segurança significativos ou resistência às ações da polícia, mesmo em territórios habitualmente mais sensíveis”. No entanto, este oficial da PSP defendeu que “é necessário criar estruturas que reúnam os diferentes atores relevantes com vista a garantir uma maior robustez, sustentabilidade, conhecimentos, experiências, capacidade de planeamento e execução”, uma vez que a pandemia “não é um mero problema de saúde pública, mas tem consequências sociopolíticas, económicas e de segurança”. Pedro Grilo concluiu que existe a “necessidade de ativação de uma estrutura de gestão de crises que coordene todas as vertentes neste esforço cooperativo tão relevante”.