Os administradores hospitalares manifestaram esta quarta-feira preocupação com o aumento de pressão de doentes com Covid-19 sobre os hospitais públicos, defendendo que o funcionamento em rede deve continuar para compensar eventuais suspensões da atividade programada.

Os hospitais do Serviço Nacional de Saúde têm pressões diferentes. Em alguns hospitais a pressão [dos doentes com Covid-19 que precisam de internamento] é mais acentuada e há uma primazia dada aos cuidados Covid, que em outros hospitais pode ser dada à resposta programada”, afirmou à agência Lusa Eduardo Castela, dirigente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares.

O Ministério da Saúde determinou que os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) podem suspender durante o mês de novembro a atividade assistencial não urgente, segundo um despacho da ministra da Saúde.

O despacho diz que os hospitais do SNS podem suspender durante o mês de novembro a atividade assistencial “que, pela sua natureza ou prioridade clínica, não implique risco de vida para os utentes, limitação do seu prognóstico e/ou limitação de acesso a tratamentos periódicos ou de vigilância”.

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Refere ainda que “compete às Administrações Regionais de Saúde, I.P. (ARS, I.P.) assegurar a coordenação da utilização da capacidade instalada nos hospitais da sua área geográfica e, sempre que necessário, tomar as medidas adequadas à articulação inter-regional, sem prejuízo das competências atribuídas a outras entidades”.

Eduardo Castela considerou que “essa articulação é fundamental dentro do SNS”, defendendo que “deve manter-se” e exercer-se “à medida que os recursos se vão consumindo para resposta à Covid-19”.

“Esta resposta tem que ser dada num sistema dual, com flexibilidade das respostas para a doença Covid, medindo e avaliando o impacto da doença nos hospitais do SNS”, afirmou, salientando que é preciso “garantir a resposta aos doentes não Covid”.