Chama-se Theta e é a 29.ª tempestade no Atlântico a ter direito a nome este ano, o que a torna histórica. 2020 torna-se assim o ano com mais tempestades de sempre, nunca antes tinha existido uma época de furacões (que ainda nem terminou) com tantos a chegarem ao ponto de ser batizados: o máximo (28) era de 2005, quando no alfabeto grego se tinha chegado ao Zeta e o Katrina devastou New Orleans.
Mas há um outro grande detalhe importante: este ciclone subtropical formou-se a 1500km a sudeste dos Açores e dirige-se agora em direção às Canárias e à Madeira, podendo atingir Portugal continental no fim de semana. As possibilidades são mínimas, o normal é que depois de passar pelas ilhas se dissipe, mas tudo depende das correntes e dos ventos. Há projeções que colocam a hipótese que algures no seu percurso se transforme num furacão de categoria 1.
Na quinta-feira, a mais de 2 mil quilómetros da Madeira, o Theta estará com rajadas de ventos na ordem dos 100 quilómetros por hora, chuva intensa, e até trovoada, o normal para este tipo de tempestades tropicais. Deverá atingir o arquipélago no sábado e seguir para noroeste, rumo à Península Ibérica, altura em que então se definirá a sua trajetória e intensidade. O facto de entrar em águas mais frias e de no domingo, dia 15, previsivelmente ‘chocar’ com a frente fria polar, que se prevê vir de noroeste (ao seu encontro), deverá fazer com que desfaça junto à costa portuguesa, provocando apenas alguma agitação marítima.
O Tetha está a ser acompanhado pelo Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos e pelo Europeu, assim como pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera.
Ativo no Atlântico continua também o Eta, que depois de passar por alguns países da América Central, está agora a causar estragos na zona da Florida.