O Governo japonês admite seguir as tendências dos países ocidentais e, também ele, estará a ponderar impor um fim à venda de novos veículos a gasolina. Contudo, a ser adoptada, a medida não se avizinha num horizonte próximo. Nunca antes de 2035.
A intenção é avançada pela Reuters, apoiando-se em informações veiculadas pelo canal televisivo estatal, a NHK. Segundo este órgão de informação, não há uma data exacta para banir a comercialização de veículos com motores a gasolina, mas o objectivo passará por proibir a venda de modelos exclusivamente com este tipo de combustível em meados da próxima década.
Em contrapartida, o país pretende promover a electrificação no mercado doméstico, ou seja, o aumento das vendas de veículos híbridos plug-in (PHEV) ou de modelos 100% eléctricos, sejam estes alimentados a bateria ou com a energia gerada a bordo através de células de combustível a hidrogénio. Isto para que, em 2030, como estima o Boston Consulting Group, os automóveis eléctricos representem a maior quota de mercado, representando 55% das vendas.
Recorde-se que, nesse mesmo ano, o Reino Unido já terá banido por completo a possibilidade de adquirir qualquer veículo com motorização que requeira combustíveis fósseis, gasóleo ou gasolina – o que implica proibir igualmente os PHEV. Na Holanda, o cerco aos combustíveis fósseis é ainda mais evidente, com limitações já a partir de 2025.
Fora com híbridos e PHEV em 2030. Ingleses apertam com emissões
Conforme declarações do primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, a meta do país aponta para a neutralidade carbónica dentro de três décadas, em 2050. Os construtores japoneses escusaram-se a comentar a intenção governamental.
De recordar que a Honda tem vindo a contestar publicamente a viabilidade da locomoção puramente eléctrica, pelo que entrou tarde e de forma acanhada neste “desafio”. O Honda e é o seu único modelo 100% eléctrico até ao momento, com uma curta autonomia face aos rivais e um preço superior à concorrência no segmento.
Contudo, o construtor nipónico já garantiu que, em 2022, vai deixar de vender na Europa carros exclusivamente a gasolina ou diesel, seguindo o rumo da Toyota. Isto é, concentrando a oferta em modelos híbridos e enriquecendo-a, espera-se, com novas propostas 100% eléctricas. Certo é que, para já, pagou essa opção à Tesla, pois só se livra das multas da União Europeia por exceder os limites de 95g de CO2 na média da frota com a aquisição de créditos de carbono ao fabricante capitaneado por Elon Musk.
Toyota e Mazda também não comentaram, o mesmo acontecendo com a Nissan. Contudo, este construtor, fruto de integrar a Aliança e de ter fábricas no Reino Unido, já disse publicamente estar preparado para oferecer uma gama que respeite as novas regras que, cada vez mais, se estão a tornar uma tendência global.