O Reino Unido já tinha anunciado que não toleraria a má qualidade do ar que se respira nas suas cidades, a começar por Londres, pelo tratou de anunciar que, a partir de 2040, não se comercializaria nem mais um veículo que dependesse exclusivamente de um motor de combustão, seja ele alimentado por gasolina ou gasóleo. Mas o partido Trabalhista britânico, não contente com a redução entretanto conseguida de CO2, mas igualmente de partículas e NOx, decidiu ir ainda mais longe e propõe banir todos os veículos que recorrem a um motor de combustão já a partir de 2030, mesmo que utilizem motores eléctricos e baterias para diminuir os consumos e as emissões, ou seja, os híbridos e os híbridos plug-in (PHEV).

A proposta surgiu do responsável pela protecção ambiental dos trabalhistas, Matthew Pennycook, que propôs ao ministro dos Transportes Grant Shapps que, a partir de 2030, não se comercializem veículos com um motor de combustão, mesmo que apoiados na electrificação para reduzir as emissões nocivas. O facto de abandonar a União Europeia torna este tipo de decisões mais fáceis e rápidas, mas os ingleses estão longe de estar sós neste objectivo, uma vez que 2030 é também o ano em que Suécia, Dinamarca, Irlanda e Holanda pretendem acabar com os motores poluentes.

Para ajudar a indústria automóvel que têm a produzir veículos no país, os ingleses vão conceder ajudas à instalação de fábricas de baterias no Reino Unido, num incentivo ao investimento dos construtores na produção de veículos eléctricos. O Governo britânico não gostaria ir tão longe no combate aos motores de combustão, preferindo banir os veículos que só dependem de motores de combustão em 2035, para cinco anos depois estenderem a medida aos híbridos e PHEV.

Essencialmente, os trabalhistas argumentam com as reduzidas vantagens da maioria dos PHEV em termos de emissões, pois há um grande número de veículos com mais de 500 cv que anunciam consumos inferiores a 2 litros, a que correspondem emissões de CO2 de 40 gramas. Na realidade, se forem considerados os valores obtidos em condições reais de utilização, facilmente são multiplicados por cinco ou dez, com o correspondente incremento de emissões. Os alemães estão de momento a enfrentar o mesmo tipo de críticas e tudo indica que a Comissão Europeia está inclinada para lhes dar razão e alterar a regulamentação que favorece sobretudo os PHEV.

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