“Como já tínhamos sinalizado anteriormente, selecionámos para este primeiro momento de vacinação, em janeiro, os profissionais de saúde diretamente envolvidos na prestação de cuidados a doentes e, dentro destes, um conjunto de serviços que já foram tornados públicos e que pertencem a cinco centros hospitalares do SNS: Centro Hospitalar Universitário de São João, o Centro Hospitalar Universitário do Porto, o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra e o Centro Hospitalar de Lisboa”, explicou esta segunda-feira ao início da tarde a ministra da Saúde, no final de uma reunião de trabalho sobre o Plano de Vacinação de combate à Covid-19, em que estiverem presentes vários ministros, representantes da task force para a vacinação e o primeiro-ministro que participou por videoconferência por estar em isolamento profilático.
“Escolhemos estas cinco estruturas porque elas representam o que é a rede de referenciação hospitalar do Serviço Nacional de Saúde, as instituições designadas de fim de linha”, acrescentou ainda Marta Temido, para depois explicar que estas são instituições em que é preciso “preservar na sua capacidade de resposta não só para os portugueses, naturalmente, mas também para apoio às demais unidades da saúde”.
Segundo a ministra, este momento acontecerá no dia 27 de dezembro, um dia depois da chegada prevista das vacinas da Pfizer-BioNTech, e nos dias seguintes, e será “o primeiro momento de uma etapa” que continuará logo na primeira semana de janeiro, apesar de ainda não haver o calendário preciso porque depende da segunda entrega da Pfizer.
Nesse segundo momento haverá um alargamento da vacinação a outros estabelecimentos hospitalares, a outras unidades do Serviço Nacional de Saúde e “prioritariamente às estruturas residenciais para pessoas institucionalizadas”, disse Marta Temido.
Nova estirpe é “mais preocupante”, assume Marta Temido
Questionada sobre a nova variante do coronavírus descoberta entretanto no Reino Unido, a ministra da Saúde explicou que esta não é a primeira variante do SARS-CoV-2 detetada e acrescentou que “não terá mais risco de complicações hospitalares do que as anteriores nem terá mais risco de letalidade mas que terá uma capacidade de se introduzir no organismo e de se multiplicar mais acentuada”, assumindo por isso que se torna “mais preocupante”.
Nesse sentido, acrescentou Marta Temido, Portugal optou por introduzir medidas restritivas adicionais às viagens com origem no Reino Unido, nomeadamente “restringir a entrada no País a cidadãos portugueses, ou com residência em Portugal ou pessoal diplomático, e exigir que trouxessem um comprovativo da realização de um teste pelo método PCR com validade de 72 horas com resultado negativo”.
Nos casos em que isso não seja possível, disse ainda Marta Temido, vai ser possível fazer testes à chegada ao território português, ainda nos aeroportos, devendo os cidadãos observar o dever de isolamento até serem conhecidos os respetivos resultados. O mesmo é válido para quem viaje com comprovativos aos chamados testes rápidos, cujos resultados não são tão fiáveis como os PCR.
Ainda sobre esta nova estirpe, identificada no sul do Reino Unido, Marta Temido revelou que, de acordo com os últimos testes e análises feitos pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge — com amostras recolhidas em 16 distritos e 113 concelhos ao longo do mês de novembro —, tudo leva a crer que a mutação não esteja ainda a circular em Portugal.