“Deputados do Parlamento Europeu pressionam Portugal sobre escolha de procurador europeu” – é este o título de um artigo na edição europeia do respeitado site Politico (cuja edição original é dos EUA). Nele mostra-se que o caso da nomeação alegadamente irregular de José Guerra para este cargo volta a ser tema de discussão a nível internacional.
Depois de na semana passada a mesma plataforma já ter destacado o caso num trabalho intitulado “Governo português debaixo de fogo à conta da escolha de procurador”, o Político debruça-se agora sobre a pressão que a ala liberal europeia (o movimento Renovar a Europa, antiga Aliança dos Liberais) está a querer aplicar sobre Portugal, à conta deste mesmo tema, através de uma carta enviada a António Costa e Charles Michel, o presidente do Conselho Europeu.
Liberais europeus exigem explicações sobre procurador português e equacionam inquérito
Nessa carta, os eurodeputados Dacian Cioloș, líder do movimento Renovar a Europa, e a holandesa Sophie in ‘t Veld, dizem não “duvidar das competências de José Guerra” mas pedem um esclarecimento público sobre “se houve ou não interferência política nesta nomeação”, ainda pedindo também a explicação sobre se “todas as informações adicionais fornecidas sobre este candidato foram verificadas como corretas.”
Na semana passada, António Costa reagiu a esta situação desvalorizando a sua importância – classificou as incongruências no currículo de Guerra como sendo lapsos c”completamente irrelevantes”. Mais tarde acusou os sociais-democratas Miguel Poiares Maduro, Paulo Rangel e Ricardo Batista Leite de estarem a encabeçar uma campanha para denegrir o país aos olhos de Bruxelas.