Artigo em atualização ao longo do dia
“Distância! Distância! Fecham os restaurantes e depois é isto”. À porta do mercado de Matosinhos, uma mulher critica o aparato de jornalistas em torno de Ana Gomes. No primeiro dia de confinamento generalizado, a candidata trocou as reuniões e visitas institucionais e foi a um mercado — praticamente sem clientes — para estar “junto de quem trabalha”. É que, para uns estarem em casa a cadeia de distribuição não pode parar. Pelo meio, contudo, aceitou a sugestão da presidente da câmara de Matosinhos, a socialista Luísa Salgueiro, e fez um percurso a pé com contactos de rua com a população.
Foi o primeiro contacto de rua em seis dias de estrada, e logo no primeiro dia de confinamento. “O percurso a pé foi sugestão da presidente da câmara”, diz ao Observador o assessor de campanha quando questionado sobre o motivo de fazer um contacto de maior proximidade com a população justamente no dia em que a generalidade dos portugueses foi para casa com regras apertadas. O desconforto era evidente, de ambos os lados. “Não podemos parar aqui todos senão a imagem que passa é de que não estamos a cumprir o distanciamento”, comentava baixinho uma assessora da autarca no caminho. É que a cada paragem para trocar impressões com eleitores, a bolha mediática adensava-se e a enchente era evidente. O mal estava feito.
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