A partir desta segunda-feira o Facebook vai passar a mostrar uma página pop-up com informação sobre publicidade personalizada, pedindo permissão a alguns dos seus utilizadores para rastrear dados recolhidos de outros sites e aplicações, para que a gigante das redes sociais possa mostrar-lhes anúncios mais personalizados, avançou a CNBC.

A decisão vem na sequência da atualização das políticas de privacidade anunciada pela Apple e que será lançada esta primavera. Esta nova atualização projetada para o iOS 14 informará os utilizadores sobre este tipo de rastreamento e perguntará se eles desejam permiti-lo.

O conflito entre as duas empresas já dura há uma década, mas recentemente as tensões subiram de tom em torno  das mudanças no tratamento de dados, com os dois titãs das Big Tech a tecerem acusações entre si.

Na semana passada, o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, denunciou que as mudanças na privacidade prejudicavam o crescimento de “milhões de empresas em todo o mundo”. Ao que o CEO da Apple, Tim Cook, respondeu: “Se uma empresa é construída com base em enganar os utilizadores, na exploração de dados, em escolhas que não são escolhas, não merece o nosso elogio. Merece desprezo.”

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Após as críticas, o Facebook lançou-se ao contra-ataque, tendo começado já a testar a página pop-up com alguns utilizadores, antes de a lançar oficialmente, o que só acontecerá quando a nova ferramenta de privacidade da Apple for obrigatória para todo o tipo de aplicações.

Em causa está o identificador de dispositivo exclusivo dos equipamentos Apple, o IDFA. Os sites e aplicações que utilizam publicidade nos seus serviços — grupo no qual se inclui o Facebook — usam esse ID para ajudar a personalizar os seus anúncios e estimar a eficácia dos mesmos.

Contudo com a futura atualização do iOS 14, todas as empresas que desejarem usar esses identificadores terão que pedir autorização aos utilizadores para rastrear as suas atividades online. Se os utilizadores não o permitirem, esses anúncios serão menos direcionados e eficazes.

A versão teste que o Facebook agora propõe também coloca a questão do lado dos utilizadores: “Permite que o Facebook utilize a sua atividade na aplicação e no site?”, acrescentando a breve indicação que a empresa pretende recolher esses dados para “fornecer uma melhor experiência de anúncios”. O utilizador poderá escolher entre “não permitir” e “permitir”.