Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, reconheceu, pela primeira vez, que subestimou a complexidade de produção das vacinas de uma forma rápida e em larga escala.

Olhando para trás, se pudesse mudar alguma coisa, seria explicar às pessoas que sim, que estamos a avançar, mas que vai ser lento, que vamos encontrar problemas e atrasos porque é um procedimento completamente novo”, disse von der Leyen numa entrevista a vários órgãos de comunicação.

A presidente da Comissão Europeia diz que devia ter sido previsto que as vacinas não seriam entregues com a rapidez e periodicidade desejável e estipulada nos contratos. “Aí, aprendemos uma lição”, disse. “Deveríamos saber de antemão que um procedimento novo não arranca sem montanhas russas nem sem problemas no início, até que o processo se estabilize.”

Ursula von der Leyen também lamenta a situação gerada com a Irlanda por causa das vacinas. “Na semana passada, não deveríamos ter pensado no artigo 16.º. Lamento isso”, disse. Acionar o artigo 16.º do Protocolo para a Irlanda do Norte — ideia entretanto abandonada — permitiria repor as fronteiras, e respetivos controlos, entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda. Em causa estava a escassez de vacinas. “Mas, afinal, não podemos esquecer que a solução aprovada pela Comissão é uma boa solução”, concluiu von der Leyen.

Apesar das lições aprendidas, Ursula von der Leyen está satisfeita com o processo relacionado com as vacinas contra a Covid-19 e pouco mais mudaria. Congratula-se com a escolha das vacinas que foi feita e com o facto de não se ter poupado na avaliação de segurança e eficácia com a Agência Europeia do Medicamento.

“Quero recordar que nos encarregaram desta tarefa em junho e que o primeiro contrato, com a AstraZeneca, foi fechado em agosto”, disse von der Leyen. “Posso dizer que havia 100 empresas e instituições a solicitar a participação no processo da Comissão Europeia e que reduzimos a uma carteira de seis.” A presidente acrescenta: “Foi uma aposta, mas foi uma boa aposta, porque temos, neste momento, três vacinas já autorizada e outras que virão.”

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