A eFuel Alliance, entidade cujos membros apoiam o objectivo de estabelecer e promover combustíveis neutros em dióxido de carbono (CO2), passou a integrar a Mazda que, em comunicado, diz ser o primeiro construtor automóvel a fazer parte desta aliança que visa a neutralidade carbónica.
O princípio que norteia a eFuel Alliance é reduzir as emissões no sector dos transportes, algo que para o construtor nipónico não se esgota nos veículos 100% eléctricos. Por isso mesmo, a Mazda tem-se pautado por aquilo a que chama uma “abordagem multi-soluções“, em que defende que os motores de combustão interna não estão condenados. “Ao longo da sua história, a Mazda tem sempre apostado no desenvolvimento de automóveis e de propulsores capazes de satisfazer as necessidades dos seus clientes. Essa paixão mantém-se, sendo que as soluções desenvolvidas incluem melhorias na eficiência dos propulsores convencionais, a electrificação da gama, uma adopção mais abrangente de combustíveis renováveis, bem como de ferramentas digitais e contectadas, que melhoram a eficiência dos consumos de combustível“, destaca o construtor.
Nessa perspectiva, a o fabricante japonês considera que é importante apostar nos combustíveis ecológicos (ou e-fuels) e no hidrogénio, para reduzir as emissões.
Acreditamos que, com o investimento necessário, os e-fuels e o hidrogénio, ambos neutros em CO2, irão dar um contributo credível e real para a redução das emissões, não só nos automóveis novos, como também no parque automóvel já existente. Isto abriria uma segunda e mais rápida via para alcançar a neutralidade climática no sector dos transportes, em conjunto com o progresso da electrificação“, defende o vice-presidente de Comunicação e Relações Públicas da Mazda Motor Europe, Wojciech Halarewicze. Segundo ele, “não devemos ignorar nenhuma das vias ao nosso alcance“ para que a indústria consiga “reduzir as emissões tanto quanto possível”.
Um dos propósitos da eFuel Alliance é sinalizar que os combustíveis renováveis e com baixo teor de carbono podem dar um relevante contributo para baixar as emissões de CO2, pelo que os seus membros defendem a implementação de um mecanismo “que leve em linha de conta esse contributo”. Isto no preciso momento em que a União Europeia (UE) se prepara para voltar a examinar a legislação pró-ambiente.
“Dado que, no final deste ano, a UE irá rever a sua regulamentação sobre normas de CO2 para carros de turismo e veículos comerciais, esta é a oportunidade para garantir que a nova legislação permita que tanto os veículos eléctricos, como os veículos que funcionam com combustíveis neutros em CO2, possam contribuir para os esforços dos fabricantes de automóveis em termos de redução de emissões”, sublinha Wojciech Halarewicze.
De recordar que a Mazda tem, até ao momento, apenas um veículo 100% eléctrico, o Mazda MX-30, com uma potência máxima de 107 kW/145 cv e um binário máximo de 270 Nm. Para este produto, de tracção dianteira, o construtor de Hiroshima optou por aproveitar e adaptar a base do CX-30, de modo a acomodar baterias, mantendo a estética crossover. A esse trunfo alia um preço que em Portugal se inicia nos 35.245€, um bom rigor de construção e materiais de qualidade. Tudo isso contribuindo para apelar aos que pretendem um veículo eléctrico, sem que a autonomia e o consumo constituam critérios determinantes na escolha. Isto porque o MX-30 anuncia um consumo energético de 19 kWh/100 km, a partir da bateria de iões de lítio de 35,5 kWh. Em resultado, a autonomia anunciada ronda apenas os 200 km (265 km em ciclo estritamente citadino), com a marca a sublinhar que, em média, os automobilistas europeus percorrem diariamente cerca de 48 km.