O número de pessoas infetadas com o novo coronavírus em Inglaterra caiu em mais de dois terços desde janeiro. Apesar de as infeções ainda estarem elevadas — cerca de uma pessoa com teste positivo em cada 200 — um estudo da Imperial College London fala em “boas notícias” e “resultados encorajadores”.

O programa REACT realizou o “maior estudo de teste comunitário da Covid-19”, com a realização de testes em casa a quase 85 mil pessoas entre os dias 4 e 13 de fevereiro. Os resultados mostram que as infeções caíram em todo o país, com Londres e a zona Sudeste a registarem um “declínio substancial”. Nestes locais, “cinco vezes menos pessoas têm resultados positivos” comparativamente com os testes feitos em janeiro. Pelo contrário, Yorkshire e Humber revelam uma “queda menor”, com as infeções a descerem apenas um quarto.

O estudo revela ainda que os 378 casos positivos em 85.473 testes à Covid-19 representam 51 em cada 10 mil infetados (0,51%), o que se contrapõe com os 157 por 10 mil testes entre 6 e 22 de janeiro. Está em causa um terço do número de pessoas que estavam positivas em janeiro. Perante este cenário, estima-se que o R no Reino Unido esteja nos 0,72 e que as infeções diminuam para metade a cada 15 dias. Regista-se, assim, um R abaixo de 1 em quase todas as áreas do país, excepto no Nordeste. Trata-se de uma queda acentuada e de regresso aos números de setembro.

A descida do número de infeções acontece em todas as idades, numa taxa semelhante, o que, de acordo com o estudo, revela os bons efeitos do confinamento e não o início do plano de vacinação, tendo em conta que ainda não chega a todas as faixas etárias. Ainda assim, o maior número de infeções ocorre nos jovens entre os cinco e os 12 anos e entre os 18 e os 24 anos, com cerca de um positivo em cada 110 testados.

Paul Elliott, professor e diretor do programa da Imperial, considera que estes resultados são “encorajadores” e que o confinamento está “efetivamente a reduzir as infeções”. “É reconfortante que a redução no número de infeções tenha reduzido em todas as idades e na maioria das regiões”, refere.

O especialista alerta que, apesar das “boas notícias”, é preciso que “todos trabalhem para manter as infeções reduzidas”, através do cumprimento das medidas restritivas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR