Todos os distritos do país registaram nos dois primeiros meses deste ano menos nascimentos, num total de 11.248 — menos 2.694 face a igual período do ano passado. Estes dados baseiam-se no Teste do Pezinho e foram divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

Em janeiro foram estudados no âmbito do âmbito Programa Nacional de Rastreio Neonatal (PNRN), 5.646 bebés — menos 2.397 comparativamente ao mês homólogo de 2020. E em fevereiro foram 5.602, menos 297 do que no ano passado.

De acordo com os dados do INSA, coordenador do PNRN, através da sua Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética, do Departamento de Genética Humana, todos os distritos do país observaram uma quebra no número de nascimentos.

O distrito de Lisboa foi o que rastreou mais recém-nascidos em janeiro e fevereiro deste ano, totalizando 3.345 — menos 713 comparativamente ao período homólogo de 2020. Segue-se o distrito do Porto, com 2.086, menos 453 face ao ano anterior.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

No mesmo período, Braga registou 812 nascimentos (menos 280) e Setúbal 798 (menos 255 do que em 2020), adiantam os dados do “teste do pezinho”, um exame realizado a partir do terceiro dia de vida, através da recolha de gotículas de sangue no pé da criança.

Os distritos que registaram menos nascimentos foram Bragança, com 71 recém-nascidos rastreados (menos 40) e Portalegre, com 81 (menos 15 do que nos dois primeiros meses de 2020).

No ano passado foram estudados 85.456 recém-nascidos, menos 1.908 bebés do que em 2019 (87.364), no âmbito Programa Nacional de Rastreio Neonatal, que cobre a quase totalidade dos nascimentos em Portugal.

Comparando com 2015, ano em que foram rastreados 85.056 bebés, o número mais baixo dos últimos cinco anos verificou-se em 2020 uma quebra de 0,48%, o que representa menos 400 nascimentos. Entre 2015 e 2020, o ano de 2019 foi aquele que registou o valor mais alto, com 87.364 recém-nascidos estudados.

O Programa Nacional de Rastreio Neonatal, arrancou em 1979 com o objetivo de diagnosticar crianças que sofrem de doenças genéticas que podem beneficiar de tratamento precoce, evitando a ocorrência de atraso mental, doença grave irreversível e até mesmo a morte.

O programa abrange atualmente 26 doenças, 25 das quais de origem genética.

O “teste do pezinho” deve ser realizado entre o terceiro e o sexto dia do bebé e consiste na recolha de gotículas de sangue através de uma picada no pé do bebé.

Apesar de não ser obrigatório, o Programa Nacional de Rastreio Neonatal tem atualmente uma taxa de cobertura de 99,5%, sendo o tempo médio de início do tratamento de 9,9 dias.