O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse esta quarta-feira que o regime de Pyongyang “continua a cometer abusos sistemáticos e generalizados” contra o povo norte-coreano.
“O regime autoritário da Coreia do Norte continua a cometer abusos sistemáticos e generalizados contra o seu próprio povo. Devemos defender os direitos e as liberdades fundamentais contra aqueles que os oprimem”, disse Blinken, durante uma reunião com o seu homólogo sul-coreano, Chung Eui-yong, em Seul, a que os jornalistas tiveram acesso.
A mensagem destaca-se pelo facto de colocar em primeiro plano a violação dos direitos humanos na Coreia do Norte, algo que nem o atual Governo sul-coreano nem o Governo do ex-Presidente dos Estados Unidos Donald Trump abordaram, para tentar facilitar as negociações sobre a desnuclearização da península.
Blinken sublinhou ainda a importância da aliança entre Seul e Washington, dizendo que “se baseia na amizade e na confiança mútua e em valores compartilhados”. As palavras de Blinken vão ao encontro do que foi dito esta quarta-feira pelo secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, também em visita a Seul, e salientam a ideia de que Washington deseja fortalecer a aliança com a Coreia do Sul.
O chefe da diplomacia sul-coreana disse que essa aliança é a “base” da diplomacia de Seul e o “centro” de paz e prosperidade no nordeste da Ásia, expressando a esperança num desenvolvimento “robusto, abrangente e mutuamente benéfico” entre os dois países. Blinken e Austin voltam a encontrar-se com Chung na sexta-feira, assim como com o ministro da Defesa sul-coreano, Suh Wook, devendo discutir a nova estratégia para abordar o programa nuclear norte-coreano e a paz na península.
O Governo do Presidente Joe Biden ainda não tornou públicos os seus planos para lidar com Pyongyang, que em janeiro anunciou que vai testar novas armas se Washington não propuser uma nova fórmula para regressar à mesa das negociações para definir um processo de paz e desarmamento.
A viagem de Austin e Blinken também coincide com uma mensagem emitida na terça-feira por Kim Yo-jong, irmã do líder norte-coreano Kim Jong-un, na qual esta condena as manobras conjuntas de Seul e Washington e insinua a possibilidade de regresso aos testes de armas nucleares.