A Ordem dos Médicos reafirmou a sua confiança nas vacinas aprovadas, apelando à serenidade da população, num processo “em que importa não perder de vista os benefícios da imunização para a saúde dos cidadãos e para a retoma económica dos vários países”.

No seguimento da suspensão da vacina da AstraZeneca em vários países, incluindo Portugal, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, e o gabinete de crise da Covid-19 da Ordem salientam que os episódios tromboembólicos em doentes vacinados são residuais e que não existe uma relação de “causa-efeito” comprovada, mas temem que esta situação impacte negativamente a “adesão dos cidadãos às vacinas”.

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Em comunicado enviado esta quarta-feira às redações, a Ordem dos Médicos reforça a importância em manter “uma atitude de confiança e tranquilidade no que diz respeito ao plano nacional de vacinação” e  afirma que “os investigadores e peritos da EMA (Agência Europeia do Medicamente) e OMS (Organização Mundial de Saúde) estão neste momento e a estudar e analisar esta eventual relação de casualidade”.

A Agência Europeia do Medicamento identificou 30 casos de episódios tromboembólicos em cerca de cinco milhões de pessoas vacinadas contra a Covid-19 com a vacina da AstraZeneca e da Universidade de Oxford. No entanto, a Ordem dos Médicos realça que se “trata de uma incidência de 0,000006%, ou seja 0,6 casos por cada 100 mil pessoas”, sendo que na população geral “se registam normalmente 16 a 38 casos de tromboembolismo pulmonar por 100 mil pessoas a cada ano”.

A Ordem sublinha ainda que a faixa da população que está a ser vacinada está mais suscetível a problemas de saúde, recordando que “ a vacinação está a começar pelos grupos dos mais idosos ou com mais comorbilidades, isto é, pelas pessoas mais doentes e mais frágeis, onde a incidência de eventos tromboembólicos já seria sempre superior à da população geral”.