Um deputado russo pretende um pedido de desculpas por parte de Joe Biden, após as declarações do Presidente norte-americano em que acusa Vladimir Putin de ser um assassino e em que afirma que a Rússia “vai pagar” pela interferência nas eleições presidenciais americanas.

Um relatório divulgado pelos serviços secretos norte-americanos na terça-feira dá conta de operações autorizadas por Putin com o objetivo de prejudicar Joe Biden e ajudar Donald Trump a ser reeleito. Biden, por sua vez, não demorou a reagir.

Biden promete que Putin “vai pagar” por ter autorizado operações para o prejudicar na campanha eleitoral

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Konstantin Kosachyov, deputado do senado russo, considera as declarações de Biden inaceitáveis e diz que estas servirão de mote para uma cada vez mais inflamada relação entre americanos e russos. Moscovo decidiu prontamente chamar o embaixador russo nos EUA para uma consulta urgente sobre o futuro das relações diplomáticas entre os dois países.

Em defesa do seu Presidente, Kosachyov diz que as ténues esperanças de mudanças na diplomacia americana face aos russos caíram definitivamente por terra com estas declarações, e que a chamada do embaixador é uma decisão adequada face às circunstâncias, segundo a Reuters.

“Suspeito que não sejam as últimas declarações deste género se não se seguir um pedido de desculpas do lado dos americanos”, referiu, acrescentando, num post no Facebook, que as declarações “não são compatíveis com um chefe de Estado desta dimensão e que “são inaceitáveis em qualquer circunstância”.

O Kremlin ainda não respondeu publicamente aos comentários de Biden, mas é provável que o faça esta quinta-feira. Outro deputado russo, Artur Chilingarov, pede uma “reação dura” em resposta à recém-eleita administração norte-americana, disse à estação de rádio Ekho Moskvy.

As relações entre os dois países têm-se vindo a deteriorar, depois da pena de prisão decretada ao opositor do regime russo, Alexei Navalny, e que foi prontamente condenada por Washington. A Rússia, por outro lado, vê a posição americana como uma interferência inaceitável na sua política interna.

Agora, preveem-se novas sanções contra os russos pelas interferências nas eleições presidenciais do ano passado. “Verão em breve”, disse Biden à ABC News, quando questionado sobre quais seriam as consequências da conduta de Moscovo.