O primeiro-ministro da Eslováquia, Igor Matovic, demitiu-se esta terça-feira na sequência de fortes críticas sobre a sua gestão da pandemia de Covid-19 e a decisão de comprar a vacina russa contra o coronavírus, a Sputnik V. A Presidente Zuzana Caputova aceitou a demissão e pediu ao ministro das Finanças Eduard Heger para o substituir, segundo imagens da televisão eslovaca.

“Quando um ano parece dez anos de vida (…) Tem sido uma honra e muito obrigado”, escreveu Matovic na rede social Facebook antes de participar numa cerimónia em Bratislava, a capital, juntamente com Caputova e Heger. Segundo uma sondagem de 21 de março, mais de 80% dos eslovacos queriam a sua demissão.

O conservador Igor Matovic disse estar disponível para abandonar o cargo no passado dia 21 e no domingo anunciou trocar de cargo com o ministro das Finanças, numa remodelação para tentar acabar com a crise desencadeada por um acordo secreto para comprar a vacina russa, que ainda não foi aprovada na União Europeia. Matovic e Heger são ambos do partido Gente Comum-Personalidades Independentes (OL’aNO), que com o partido conservador liberal Liberdade e Solidariedade (SaS), o Para o Povo (Za l’udi, centro-direita) e o Somos Família (Sme Rodina, direita) integram a coligação governamental, que possui uma confortável maioria parlamentar.

A crise surgiu quando foi conhecido no início de março um acordo secreto feito por Mitovic para a compra pela Eslováquia de dois milhões de doses da Sputnik V contra o coronavírus, apesar de divergências entre os seus parceiros de coligação. Segundo a agência noticiosa norte-americana Associated Press, o executivo de Heger deve ser muito semelhante ao de Matovic e a Presidente pode dar posse ao novo governo ainda esta semana.

Com 5,4 milhões de habitantes, a Eslováquia tem uma das mais elevadas taxas de contaminação e mortalidade ligadas à Covid-19.

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