Alexei Navalny foi transferido para um hospital-prisão. Os médicos do opositor de Vladimir Putin receiam que o seu estado de saúde esteja numa situação crítica e que possa sofrer um ataque cardíaco ou falência renal a qualquer momento. O ativista russo está há três semanas em greve de fome e terá sido sujeito a tortura na prisão.

Do lado russo, a mensagem oficial é a de que está tudo bem. “Atualmente a saúde de Navalny é satisfatória, é examinado diariamente por um médico. Com o seu consentimento, foram-lhe prescritas vitaminas”, declararam em comunicado os serviços da prisão. Mas os médicos de Navalny não sabem que tipo de terapia está a ser feita ou mesmo se o ativista terá dado consentimento para isso, noticiou o jornal The Guardian.

Os apoiantes do opositor do Kremlin dizem que o estado de saúde será bem mais grave do que está a ser dado a conhecer, uma vez que a enfermaria para onde foi levado é especializada em doentes com tuberculose em estado grave. No domingo revelaram os planos para os protestos que dizem ser um dos maiores da história moderna da Rússia, noticiou a Reuters.

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A comunidade internacional exige que sejam dados tratamentos médicos adequados ao homem de 44 anos e alertam a Rússia que, caso lhe aconteça alguma coisa na prisão, haverá consequências.

“Comunicamos ao governo russo que o que acontecer ao Sr. Navalny sob a sua custódia é responsabilidade deles e serão responsabilizados pela comunidade internacional”, disse à CNN Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional do Presidente norte-americano Joe Biden.

Responsabilizamos as autoridades russas pela situação de saúde do Sr. Navalny”, disse Josep Borrell, alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, antes da reunião com os ministros dos Negócios Estrangeiros europeus.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Heiko Maas, também pediram que Navalny recebesse cuidados médicos imediatos. Já o Presidente francês, Emmanuel Macron, disse que é preciso definir linhas vermelhas e que se elas forem ultrapassadas haverá consequências, e não serão apenas sanções.

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Alexei Navalny está em greve de fome desde 31 de março depois de lhe ser recusado tratamento médico adequado para as dores que tinha nas costas e numa perna. Depois de lhe ser oferecida assistência médica, foi Navalny a recusar, por querer ser tratado por um médico escolhido por ele, de fora das instalações. As autoridades russas não autorizaram.

Em 2020, o opositor russo quase morreu envenenado. Foi tratado na Alemanha, mas a Rússia sempre negou que tivesse havido uma tentativa de envenenamento. Foi preso quando regressou ao país e condenado a dois anos e meio de prisão.

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