Se o Valkyrie visa candidatar-se ao estatuto do melhor desportivo do mundo, graças a um chassi desenhado pelo mago da F1 Adrian Newey e com apenas 1030 kg, empurrado por um motor 6.5 V12 atmosférico com 1176 cv, o Aston Martin Valhalla promete ser o seu “irmão” menos potente, mas igualmente assinado por Newey e, inicialmente, com cerca de 1000 cv. Mas vai haver mudanças.
Depois de ter apresentado o Valhalla no Salão de Genebra de 2019, provocando desde logo grande agitação no mercado dos superdesportivos, onde pontuam Ferrari e Lamborghini, a Aston Martin comprometeu-se a desenvolver em casa um 3.0 V6 biturbo, considerado um “Hot V” por ter o escapes no interior do V6 e que já aqui no Observador ouvimos “cantar”. Esta unidade a gasolina produzia 800 cv, a que depois era necessário somar outros 200 cv provenientes de motores eléctricos, sem que o construtor britânico tenha revelado como é que estas unidades seriam alimentadas, se através de um sistema híbrido ou se com a ajuda de uma solução tipo KERS, similar à que usam os F1 e que a marca já utiliza no Valkyrie.
A publicação inglesa Autocar vem agora revelar que, segundo fontes da marca, o 3.0 V6 biturbo irá ser substituído por uma mecânica da Mercedes, que detém 20% do seu rival britânico. Chegou a pensar-se que seria o 1.6 V6 turbo de F1, que já vai ser utilizado no Mercedes-AMG One, mas tudo indica que agora a Aston Martin apontou a outra solução, igualmente germânica.
Sem dúvida para reduzir os custos e apressar a chegada do Valhalla ao mercado, a Aston Martin parece ter optado, afinal, por trocar o 3.0 V6 biturbo por um 4.0 V8 biturbo, o mesmo que a marca alemã vai montar no AMG GT73, que assegurará cerca de 800 cv. Com mais potência nos motores eléctricos, não será difícil aproximar a potência total do milhar de cavalos, não defraudando assim as promessas aos potenciais interessados, sobretudo os que já encomendaram e sinalizaram o superdesportivo.
O Valhalla será apresentado na versão definitiva ainda em 2021, para depois ver as primeiras unidades a serem entregues assim que a produção arranque, no início de 2023.