A cerca sanitária em Longueira-Almograve e São Teotónio permitiu baixar os casos de infeção por Covid-19 no concelho de Odemira para menos de metade, garantiu o ministro da Administração Interna, esta quinta-feira, no Parlamento, tendo também acusado a direita de “hipocrisia”. Eduardo Cabrita falava no encerramento do debate de urgência requerido pelo PAN sobre a situação dos imigrantes que trabalham nas explorações agrícolas na zona de Odemira.

“A cerca sanitária está a produzir efeitos, porque desde a última semana Odemira tem muito menos de 50% dos casos de infeção do que tinha no dia em que a cerca foi instaurada”, afirmou Eduardo Cabrita, especificando que “são 46 casos ativos ontem [quarta-feira], quando há uma semana eram 123”. O ministro defendeu que “é esse o caminho pelo direito à saúde, pelo direito à vida, mas esse direito é para todos, é para os odemirenses lá nascidos e é para os 10 mil cidadãos nascidos noutras terras, da Alemanha ao Nepal, todos iguais, todos com direitos que lá vivam com direito de residência permanente”.

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As freguesias de Longueira-Almograve e São Teotónio, no concelho de Odemira, estão em cerca sanitária desde a semana passada por causa da elevada incidência de covid-19.

“Este debate que aqui hoje é travado é de facto um debate sobre direitos humanos, é um debate sobre o direito à vida, é um debate sobre o direito à saúde, é um debate sobre o direito ao trabalho com direitos, é um debate sobre o direito à habitação, e de facto o Governo não descobriu Odemira nesta semana. Não estamos como a direita que confunde, faz rimar, pandemia com hipocrisia”, criticou Eduardo Cabrita na intervenção no encerramento do debate de urgência requerido pelo PAN sobre a situação dos imigrantes.

O ministro garantiu que, “com a mesma frontalidade” com que tem “coordenado a aplicação das medidas de estado de emergência e agora a coordenação das medidas em situação de calamidade que colocam Portugal como o país com os melhores resultados de incidência da pandemia em toda a União Europeia”, o executivo não esconde “os problemas reais”.

Destacando que o Governo adota “as medidas necessárias” no âmbito da pandemia, o ministro referiu a cerca sanitária em Ovar, “onde foram mobilizadas instalações privadas de hotelaria”, a aplicação de medidas diferenciadas em 19 freguesias na zona de Lisboa e as medidas adotadas agora “nos termos da lei de bases da Proteção Civil, defendendo as populações, defendendo o Estado de direito”.

O ministro da Administração Interna advogou igualmente que o Governo quer “que os empresários assumam aqui o compromisso de responsabilidade social, que significa que só há futuro para a economia com trabalho com direitos, com direito à habitação”.

“E para isso faremos tudo, por Portugal e pelos odemirenses”, vincou.