A vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca pode funcionar como um reforço à vacinação, numa terceira dose, noticiou o Financial Times, citando fontes próximas dos ensaios clínicos. A universidade e a farmacêutica, no entanto, não quiseram comentar o assunto.

A vacina contra a Covid-19 já tinha demonstrado ser eficaz a estimular a resposta do sistema imunitário após a primeira e segunda dose, mas havia o receio de que o sistema imunitário passasse a concentrar-se mais em combater o adenovírus modificado, que serve apenas de transporte à proteína spike do coronavírus, do que a desenvolver anticorpos contra esta proteína.

É verdade que o sistema imunitário dos participantes reagiu contra o adenovírus — que causam, em situações normais, constipações —, mas a resposta contra a proteína do coronavírus foi mais potente, disse uma fonte que teve acesso aos dados do ensaio clínico. A dose de reforço mostrou ser forte o suficiente para “rebentar quase com qualquer variante”, disse a fonte ao Financial Times.

Os resultados abrem a possibilidade de a vacina ser usada como reforço, caso a imunidade diminua ou seja necessário mais defesas por causa das novas variantes. No entanto, as relações comerciais entre a farmacêutica e vários países da Europa estão tensas, com muitos países a cancelarem os contratos, e a terceira dose ou os reforços futuros poderiam ter de ser pagos a um preço diferente. A farmacêutica concordou em não ter lucro com as vacinas apenas enquanto durasse a pandemia, mas pode aumentar os preços, nos países desenvolvidos, assim que a pandemia termine.

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