O coordenador da Frente Comum, que convocou para esta quinta-feira um Dia Nacional de Luta, afirmou que está “nas mãos do Governo” o futuro da luta dos trabalhadores, que neste protesto  demonstraram vontade de defender os seus interesses.

Em declarações à agência Lusa, Sebastião Santana fez um balanço deste Dia Nacional de Luta que, afirmou, envolveu “muitos milhares de trabalhadores, de norte a sul do país, e nas regiões autónomas, com paralisações de serviços“.

Para Sebastião Santana, o protesto teve “uma grande adesão“, a qual “significou uma resposta inequívoca dos trabalhadores ao governo e à sua política de não negociação e, ao mesmo tempo, a luta por uns salários dignos, carreiras dignas e melhores serviços públicos”.

Este foi o primeiro protesto dos trabalhadores da Administração Pública desde o início da pandemia da Covid-19, que, afirma o coordenador da Frente Comum, “veio revelar as fragilidades que existiam na Administração Pública“.

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“Houve setores mais afetados que outros. O mais evidente foi o Serviço Nacional de Saúde (SNS) que, apesar das fragilidades que têm sido anunciadas, respondeu de uma forma muito efetiva. Prova disso é que estamos na situação em que estamos”.

Em relação à resposta do Governo, a Frente Comum classifica-a de “insuficiente“, com recurso “a contratos de trabalhadores para períodos de quatro meses, não resolvendo a falta de pessoal que havia nos serviços, nem a própria capacitação do SNS para responder a estas e outras questões, sem ser preciso um esforço quase sobre-humano, que foi o que acabou por acontecer”.

Palmas e agradecimentos não serão suficientes e os trabalhadores da Administração Pública estão dispostos a continuar a luta para que esta situação se altere”, prosseguiu.

Em relação ao futuro, Sebastião Santana considera que, “se o Governo entender negociar com os sindicatos e a Frente Comum, com certeza que a Frente Comum está aberta a esse espaço de negociação, desde que seja efetiva”. “Se o Governo optar por manter este caminho de não negociação, não abertura para discussão de qualquer resposta, vai comprar o caminho da luta dos trabalhadores e ser obrigado a dar uma resposta. O dia desta quinta-feira foi revelador da vontade que existe de os trabalhadores defenderem os seus interesses. Está na mão Governo o futuro da luta dos trabalhadores”.

O Dia Nacional de Luta foi marcado por greves em diversos setores, “com uma grande adesão por parte dos trabalhadores“, segundo a Frente Comum, que promoveu também uma concentração em Lisboa, para responsabilizar “o Governo e não apenas um ministro ou outro pela ausência de resposta” àqueles trabalhadores.