O Presidente norte-americano pediu aos serviços secretos que redobrassem os esforços e apresentassem um relatório sobre as origens do vírus no espaço de 90 dias, noticia o The New York Times.

Em comunicado, Joe Biden disse pediu em março ao seu conselheiro para a segurança nacional que pedisse aos serviços secretos um relatório com as suas últimas conclusões, que foi entregue no início deste mês de maio. Biden pediu então mais informações, que espera receber nos próximos 90 dias.

O Presidente quer um relatório amplo que inclua conclusões de laboratórios norte-americanos e agências federais sobre se o vírus teve ou não origem num laboratório ou se foi de facto transmitido a humanos por animais.

As declarações de Biden surgem numa altura que a União Europeia e também os Estados Unidos da América pressionam a Organização Mundial de Saúde, para que não desista de encontrar explicações sobre as origens do novo coronavírus. O pedido foi feito durante uma reunião da organização, de acordo com o jornal The Guardian, que inclui Portugal na lista de países que fizeram pressão, a par da Áustralia ou do Japão. Contactado pelo Observador, o Ministério dos Negócios Estrangeiros esclarece que o fez “falando em nome da UE”.

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“Pedimos progresso no estudo da OMS sobre as origens do SARS-CoV-2”, pode ler-se na declaração europeia. “Apenas uma análise completa das origens do vírus e da sua transmissão na população humana nos ajudará a entender e controlar totalmente esta pandemia, e prevenir e preparar para outras no futuro”.

A presidência portuguesa da UE solicita, por isso, que a OMS continue a investigação sobre todas as quatro hipóteses” levantadas pela equipa responsável pelo primeiro inquérito a este assunto, feito em janeiro.

Nessa altura, os cientistas da OMS admitiram como “possível ou provável” que o vírus tenha surgido do contágio direto de um animal infetado para um humano. E viram como “provável ou muito provável” que tenha havido um animal intermediário entre um morcego infetado e o homem. É também “possível” que o contágio tenha sido provocado por via de produtos alimentares. Mas os especialistas entendem ser “extremamente improvável” a quarta hipótese, em que o vírus teria chegado aos humanos por causa de um incidente em laboratório. Esta é a tese mais polémica e que tem alimentado as tensões entre EUA e China desde que começou a pandemia.

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A presidência portuguesa da UE pede ainda à OMS que “apresente um claro calendário para o trabalho de acompanhamento e informe regularmente os Estados membros sobre os planos e o seu progresso”.

A declaração reflete “uma posição consensual da União”, de acordo com o MNE, lembrando ainda que o próprio Diretor-Geral da OMS, Tedros Adhanom, “já em 30 de Março, aquando da apresentação do relatório final da missão de investigação a Whuan, tinha referido a necessidade de aprofundar os estudos sobre as quatro hipóteses de origem”.

Já o representante dos EUA na reunião da OMS, Jeremy Konyndyk, sublinhou, segundo o The Guardian, “a importância de uma investigação abrangente e robusta conduzida por especialistas sobre as origens da Covid-19”.

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Artigo atualizado às 19h47 com o comunicado de Joe Biden