O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, está esta sexta-feira em Quarteira, no Algarve, para a inauguração da rede de concelhia de desfibrilhadores automáticos. Em declarações aos jornalistas, Lacerda Sales esclareceu questões relacionadas com as férias dos profissionais de saúde, defendendo que “devem-se manter” mas que tudo dependia da evolução epidemiológica. No fim, fez ainda um apelo à vacinação e lançou previsões positivas dizendo que o país “tem todas as condições” para ter 80% de primeiras inoculações em Setembro.

Questionado sobre se os profissionais de saúde teriam de abdicar pelo segundo ano consecutivo das suas férias, Lacerda Sales refere que enquanto houver “atividade assistencial normal e programada não se devem mexer nas férias dos profissionais de saúde”, dizendo que “devem-se manter”.

“Essa situação tem a ver com o âmbito funcional dos conselhos de administração e direções executivas dos ACES. É evidente que não conhecemos a evolução epidemiológica e se, nalguma altura, tivermos de travar a assistência programada, aí podemos ter de ponderar essa possibilidade”, admite.

A questão vem na sequência de declarações do secretário de Estado da Descentralização e da Administração Local e coordenador do combate à Covid-19 no Algarve que admitiu nesta quinta-feira possíveis restrições do gozo de férias perante a subida de casos, dependendo a decisão da “gestão dos administradores hospitalares”.

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Profissionais de saúde do Algarve podem ter de “sacrificar férias”

Lacerda Sales afirmou ter conhecimento dessas questões do Algarve, e disse que os profissionais de saúde “têm uma consciência individual e profissional assertiva relativamente a essa matéria”, disse. “Eles percebem a necessidade de estarem nos ACEs e nos serviços e arranjam-se decisões corretas sobre esta matéria no momento”.

O secretário de Estado fez ainda um apelo à vacinação das camadas mais jovens que deverá arrancar já na próxima semana, oferencendo um cenário positivo em relação ao processo de vacinação, reforçando que o país tem “todas as condições para que durante o mês de agosto tenha 70% de primeiras inoculações e 50% de esquema vacinal completo, e que, um mês depois, suba para 80% de primeiras inoculações e 60% esquema vacinal completo”.

Isolamento mesmo com vacina?

Tem sido uma das questões mais abordadas desde que o Primeiro-Ministro António Costa, que já está vacinado, começou a cumprir esta semana um período de isolamento profilático depois de um membro do gabinete ter testado positivo à Covid-19. O secretário de Estado esclareceu também algumas questões relacionadas esta tomada de decisão o isolamento profilático de pessoas vacinadas dizendo ser uma “medida preventiva de saúde pública”.

António Costa em isolamento profilático, depois de membro do gabinete testar positivo à Covid-19

“Independente da vacinação, independentemente da testagem, isso surge como medida preventiva cautelar, e aliás, de acordo com regras do ECDC, há sempre uma avaliação do risco”, explica, dizendo que a decisão foi tomada de acordo com as diretrizes do próprio Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC).

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“Os procedimentos são diferentes consoante estivermos perante um caso de contacto de alto risco ou de baixo risco, que foi o que aconteceu com o Sr. Primeiro-Ministro e a tantos outros cidadãos deste país. O Sr. Primeiro-Ministro é um cidadão exemplar nesta matéria e seguiu as orientações das autoridades de saúde”, referiu ainda. O secretário de Estado admitiu ainda que essas normas podem vir a ser revistas.