A China denunciou esta terça-feira um apelo da secretária do Tesouro norte-americano, Janet Yellen, por uma “frente unida” entre os Estados Unidos e a Europa contra as “práticas económicas injustas” e os abusos sobre os Direitos Humanos.

“A China deplora e rejeita de forma veemente os comentários da secretária do Tesouro Yellen”, disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian. Yellen fez o apelo na terça-feira, durante uma reunião com autoridades da União Europeia, em Bruxelas. O Presidente dos EUA, Joe Biden, está a tentar reavivar as alianças tradicionais, após quatro anos de agenda isolacionista do seu antecessor, Donald Trump.

“Juntos, precisamos enfrentar as ameaças aos princípios de abertura, concorrência leal, transparência e responsabilidade”, disse Yellen, de acordo com um texto divulgado pelo seu departamento. “Estes desafios incluem práticas económicas injustas da China, comportamento maligno e abusos dos Direitos Humanos”, acrescentou. “Enquanto mais enfrentarmos essas ameaças com uma frente unida, mais bem-sucedidos seremos”.

Países do G20 chegam a acordo sobre IRC de 15% sobre as multinacionais

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Zhao rejeitou a crítica, dizendo que Pequim “sempre apoiou firmemente” o sistema de comércio multilateral sob a Organização Mundial do Comércio (OMC). O Partido Comunista Chinês nega as acusações de que usurpa ou pressiona empresas americanas, europeias e outras estrangeiras a entregar tecnologia, e protege a sua tecnologia incipiente e outras indústrias da concorrência, em violação dos seus compromissos com a OMC.

Os governos europeus também estão frustrados, porque as suas empresas estão impedidas de ter posições maioritárias na China, enquanto as empresas chinesas, às vezes financiadas por bancos estatais, gastam milhares de milhões de dólares para adquirirem tecnologia e marcas estrangeiras. Pequim também rejeita acusações de abusos contra minorias étnicas predominantemente muçulmanas no extremo noroeste da China.

Washington e a União Europeia impuseram sanções financeiras e de viagens às autoridades chinesas acusadas de abusos. “Não intimidamos ou impomos sanções, nem exercemos jurisdição de longo alcance contra empresas de outros países”, disse Zhao, referindo-se às sanções dos EUA. Biden disse que quer melhores relações com Pequim, mas ainda não disse se vai reduzir as taxas alfandegárias punitivas sobre produtos chineses e outras sanções impostas por Trump, como parte de uma guerra comercial e tecnológica.