A principal investigadora da Organização Mundial de Saúde chamou a atenção para a mistura de vacinas contra a Covid-19 de diferentes laboratórios depois de o Vietname ter anunciado que os cidadãos vacinados com uma dose da AstraZeneca poderão escolher para a segunda dose a mesma vacina ou a da Pfizer.

Depois de na segunda-feira ter classificado esta “tendência” como “um bocadinho perigosa” e de ter considerado que esta pode gerar o caos, Soumya Swaminathan esclareceu no Twitter que esse tipo de decisão não deve ser deixada nas mãos dos cidadãos comuns, mas das autoridades de saúde. “Os indivíduos não devem decidir por si próprios. As agências de saúde públicas podem fazê-lo, com base na informação disponível”, escreveu.

A cientista alertou ainda para o facto de existirem poucos estudos sobre a mistura de diferentes vacinas contra a Covid-19, sendo necessário avaliar melhor a imunogenicidade e a segurança dessa mistura. Resultados preliminares parecem, porém, mostrar a sua eficácia, mas a maioria dos testes não foi ainda publicada.

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Após as suspeitas de problemas relacionados com a vacina da AstraZeneca, vários países, como Canadá, Espanha e Coreia do Sul, optaram por oferecer uma vacina diferente na segunda dose.

Recentemente, também a Tailândia anunciou que iria misturar vacinas de laboratórios diferentes, neste caso da AstraZeneca e Sinovac, devido a reações alérgicas na sequência da primeira dose. Segundo o divulgado pelas autoridades de saúde tailandesas, já foram vacinadas 1.200 pessoas com esta combinação sem que tivessem sido registados efeitos secundários.

Especialistas ouvidos pela CNN consideraram, porém, a decisão arriscada, defendendo que não existem dados que comprovem a segurança dessa mistura e que os cidadãos tailandeses não podem ser usados como cobaias.