A vacinação contra a Covid-19 “não é uma corrida”, afirmou o primeiro-ministro australiano em março, e, como tal, o país não precisava de se esforçar por ganhá-la. Mas a variante Delta chegou de limusina e, veloz como uma chita, foi-se espalhando por várias regiões. Para agravar, houve um governador que se deixou influenciar pelo exemplo de Boris Johnson e achou que o vírus se poderia disseminar livremente na população, noticiou o jornal El Confidencial.

Ninguém entra e ninguém sai. Ou, quem quiser entrar tem de fazer uma quarentena de 14 dias. Esta foi a estratégia da “fortaleza” australiana para controlar os pequenos surtos e poucos casos que tiveram desde o início da pandemia. Com as infeções controladas e sem mortes há vários meses, o governo não estava preocupado com uma campanha de vacinação rápida. Até que chegou a variante Delta.

Sydney sem capacidade para analisar tantos testes de diagnóstico. Região continua em confinamento

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O chamado “paciente zero” terá sido um motorista de limusina que fazia o transporte das tripulações dos aviões entre o aeroporto de Sydney e os hóteis onde estavam alojados. O caso foi identificado a 16 de junho e poderá ter sido causado por uma tripulação norte-americana do voo comercial da FedEx.

Este foi o primeiro caso na região em vários meses, mas o governador do estado de Nova Gales do Sul (onda se localiza Sydney) não terá agido com a celeridade exigida, critica Bill Bowtell, especialista no combate a vírus e epidemias da Universidade de Nova Gales do Sul. O confinamento que dura há já sete semanas não está a conseguir conter o vírus.

O governo de Nova Gales do Sul, influenciado pelo [primeiro-ministro britânico] Boris Johnson, rompeu com a estratégia de tolerância zero, afirmando que o estado deve aprender a conviver com o vírus e, assim, rejeitar o bloqueio imediato”, disse Bill Bowtell ao El Confidencial.

O grande problema da Austrália pode estar na lenta campanha de vacinação, com apenas 20% da população totalmente vacinada. Há milhões de doses da vacina da AstraZeneca paradas, depois dos casos reportados de coágulos sanguíneos, as vacinas da Pfizer são escassas porque o governo não antecipou os contactos com a empresa e a vacina da Moderna só agora foi aprovada não se prevendo que chegue antes de meados de setembro.

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