A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse, esta quarta-feira, numa audição do Parlamento, que o uso de máscaras nos recreios escolares era uma prática recomendada. Contudo, estas declarações contrariam o documento orientador emitido pela Direção-Geral da Saúde (DGS) para o novo ano letivo que estipula o uso obrigatório da máscara em todos os recintos escolares para os alunos a partir do 2.ºciclo.
A comunidade escolar admite, por isso, ter ficado confusa com as indicações de Graça Freitas. Jorge Ascenção, presidente da CONFAP (Confederação Nacional das Associações de Pais), assume ao Diário de Notícias “alguma incompreensão nas escolas para saber se [os estudantes] usam ou não a máscara nos recreios”.
“As decisões devem ser explicadas claramente”, refere o responsável, que também considera que o uso de máscara não devia ser usada nos recreios. “Os jovens vacinados precisam de descanso da máscara”, assinala.
Já David Sousa, vice-presidente da ANDAEP (Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas), diz ao DN que as orientações da DGS são claras: o uso de máscara é obrigatório nos recreios.
Ainda assim, o responsável sinaliza que as “declarações da diretora-geral da Saúde não parecem estar de acordo com o que está escrito”. “A expressão usada na audição não deveria ter sido ‘recomendável’, mas sim ‘obrigatória'”.
Além disso, David Sousa considera que o uso de máscara nos recreios deve ser cumprida e subscreve a sua obrigatoriedade. “Neste momento, e sem prejuízo que se possa fazer alguma alteração, é preciso ter o máximo de cuidado”, referiu.
Na audição no Parlamento, Graça Freitas admitiu o fim da obrigatoriedade da máscara em espaços exteriores, ainda que tenha destacado que há momentos em que a máscara é recomendada como “em aglomerados e em contextos especiais — escolas, no recreio, em que estarão muitos jovens juntos e eventos”.
DGS admite fim da máscara, mas recomenda uso em aglomerados e recreios das escolas