A cabeça de lista da CDU à Câmara de Braga, Bárbara Barros, defendeu esta terça-feira a necessidade de um investimento a sério na educação, considerando que aquele é um setor que tem sido “muito negligenciado” pelo município.

Em declarações à Lusa à margem de uma ação de campanha para as Autárquicas de domingo, Barbara Barros apontou, desde logo, as “muitas insuficiências” do parque escolar, com “dezenas” de edifícios a necessitarem de intervenções urgentes.

“O município precisa de garantir uma prioridade de investimento na requalificação das escolas e na educação como um todo”, referiu.

Em relação ao parque escolar, a cabeça de lista da coligação que junta o PCP e o Partido Ecologista Os Verdes denunciou casos de edifícios sem recreio e com problemas de cobertura, pavimentação, infiltrações de água e aquecimento.

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“O parque escolar tem ainda muitas insuficiências, há dezenas de escolas que necessitam de intervenções urgentes”, referiu, dando conta de que, ainda durante esta campanha, vai visitar a EB1 de Santa Tecla, “onde o ano letivo começou sem que as crianças tenham um espaço de recreio para brincar”.

Denunciou também que ainda faltam “muitos” assistentes operacionais nas escolas do concelho, o que atribui a uma falta de planeamento atempado do ano letivo.

“Reclamámos [a CDU] muitas vezes que este planeamento de cada ano letivo deve ser preparado com vários meses de antecedência”, sublinhou.

A CDU vai ainda pugnar por um serviço de refeições uniforme, garantido pela empresa municipal BragaHabit, que cobre o mesmo preço a todas as famílias e que não varie de agrupamento para agrupamento.

Atualmente, como adiantou, os contratos de fornecimento das refeições são delegados ou subdelegados em juntas de freguesia, associações e empresas privadas.

Queremos que o serviço volte a ser assegurado pelo município, esta é uma prioridade que assumimos há muitos anos e que gostávamos de ver resolvida de imediato”, afirmou Bárbara Barros.

A candidatura comunista quer ainda que as atividades de enriquecimento curricular (AEC), que foram privatizadas, voltem a ser asseguradas pelo município.

Para Bárbara Barros, a privatização dificultou a “universalidade” das AEC e chocou com os direitos laborais dos professores que as asseguravam.

“Hoje [esta terça-feira], a grande parte são técnicos e não professores, além de que os conteúdos e projetos educativos ficam muito à mercê de cada entidade”, criticou.

Ressalvou que há muitas associações no concelho “que podem sempre ser parceiras e fazer protocolos para ajudar a criar condições para que as AEC sejam enriquecedoras”, mas reiterou que “deve ser o município a assumir a responsabilidade direta” das mesmas.

Tudo para garantir os direitos e um vínculo laboral “muito menos precário do que aquele que existe hoje [esta terça-feira]” e para que as AEC possam contribuir para “alargar e complementar” a formação das crianças e jovens.

“Entendemos que a Educação é uma área que tem sido muito negligenciada, quando é uma das mais importantes ao nível da qualidade de vida e da garantia de fixação das populações e das famílias”, disse ainda a candidata comunista.

Nas eleições de 26 de setembro, os cabeças de lista à câmara de Braga são Ricardo Rio (coligação PSD/CDS/PPM/Aliança), Hugo Pires (PS), Bárbara Barros (CDU), Alexandra Vieira (Bloco de Esquerda), Teresa Mota (Livre), Olga Baptista (Iniciativa Liberal), Rafael Pinto (PAN) e Eugénia Santos (Chega).