O candidato do PS à presidência da Câmara de Évora, José Calixto, alertou esta quinta-feria para problemas que as empresas locais enfrentam para fixar quadros qualificados, devido a dificuldades com habitação a preços acessíveis e transportes.

“Aqui, é um pouco o pior dos dois mundos, quer dizer, não há habitação e depois também os transportes não são adaptados aos horários de funcionamento” das empresas, argumentou o candidato, em declarações à agência Lusa.

Após uma reunião com a administração da fábrica de Évora da Kemet Electronics, que produz condensadores de tântalo para telemóveis e para a indústria automóvel, o socialista deu os exemplos desta unidade e da Fundição de Évora, que visitou na quarta-feira.

“Estão em processos de recrutamento com ofertas de emprego que não estão a ser respondidas, portanto, há alguma dificuldade de fixação de quadros e de talentos necessários para estes processos produtivos”, indicou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Neste périplo junto dos principais investidores no concelho, no âmbito da campanha para as autárquicas de domingo, a questão das dificuldades na habitação tem sido “recorrente”.

“Em todas as atividades económicas que temos visto” existe “grande capacidade de investir”, mas as empresas aludem a uma “grande dificuldade de fixar esses quadros com qualificações, porque têm uma dificuldade tremenda na habitação”, frisou.

Os transportes “insuficientes” e com horários desadequados face ao processo laboral e a falta de apoios à família adaptados ao trabalho por turnos foram outras matérias suscitadas na reunião na Kemet, disse Calixto.

Para fazer face a estas questões, o candidato do PS propôs a “criação do Fórum Empresarial do Concelho de Évora”, para juntar a câmara e as empresas.

“É fundamental para, pelo menos uma ou duas vezes por ano, reunirmos com todas estas empresas e percebermos quais as políticas municipais e nacionais que temos que tentar influenciar para ultrapassar estas dificuldades”, disse.

O candidato defendeu também que “a Estratégia Local de Habitação não pode ficar-se pela habitação social, tem que ir à habitação a custos controlados, à facilitação da fixação de jovens casais e de casais que têm emprego na cidade”.

A criação de um centro de acolhimento empresarial é outra das medidas propostas por Calixto, que prometeu ainda “influenciar a urgente conclusão” do Itinerário Principal 2 (IP2), ou seja, da variante à cidade, para desviar o trânsito do centro de Évora, mas que está há “uma década inacabada”.

Nestas eleições, além de José Calixto, estão na corrida à Câmara de Évora o presidente do município, Carlos Pinto de Sá (CDU –PCP/PEV), Henrique Sim-Sim (PSD/CDS-PP/MPT e PPM), Raul Rasga (BE), Florbela Fernandes (coligação formada por Nós, Cidadãos!/RIR) e Carlos Magno Magalhães (Chega).