O Governo moçambicano aprovou hoje os termos e condições do contrato de concessão da Central Térmica de Nacala, com capacidade máxima de 250 megawatts (MW), para a produção e venda de eletricidade, anunciou o Conselho de Ministros em comunicado.
A central deverá alimentar a rede pública e “contribuir para a exportação de energia”, refere o documento, sem detalhar os termos.
A concessão inclui todo o processo, da conceção, ao funcionamento e gestão da central, além das infraestruturas de transporte de energia e interligação.
A central, um investimento da empresa GL Energy, faz parte de um pacote de projetos apresentados desde 2017 para tirar partido da quota doméstica de gás natural da bacia do Rovuma.
O gás deverá começar a ser explorado e canalizado para terra a partir das jazidas sob o mar, ao largo de Cabo Delgado, nos próximos anos, mas a primeira fase da central da GL em Nacala deverá começar a funcionar ainda antes desse marco.
“A central será construída por fases: na primeira fase será construída uma central de 50 MW, a segunda fase irá adicionar mais 65MW e na terceira fase outros 135 MW, atingindo o total de 250 MW”, lê-se na Avaliação de Impacto Ambiental disponível na Internet.
“As fases dois e três só serão construídas após a disponibilização de gás da bacia de Rovuma. Para a capacidade total instalada, o equipamento de produção será composto por 27 geradores de motores a gás”, sendo que a central será alimentada por um gasoduto previsto no Plano Diretor de Gás Natural de Moçambique.
O valor de investimento global do projeto, “para a capacidade máxima da central (250 MW), é estimado em 400 milhões de dólares (346 milhões de euros)” e “o valor de investimento para a primeira fase (50 MW) estima-se em 90 milhões de dólares (78 milhões de euros)”, acrescenta.
Prevê-se que a construção da primeira fase do projeto demore 16 meses a partir da data de arranque, a anunciar.
Atualmente, Moçambique tem de importar outros combustíveis para alimentar uma central térmica flutuante de uma empresa privada, ancorada ao largo de Nacala, para assegurar energia fiável no sistema na região norte, além de também fornecer energia à República da Zâmbia.