Pedro Sánchez anunciou na quarta-feira a criação de um apoio mensal de 250 euros para os jovens entre os 18 e os 35 anos para ajudá-los a pagar os custos da habitação, de acordo com o El Mundo. “Trata-se de algo inédito, que vai construir uma garantia sólida, completa e transversal dos direitos” sociais, assegurou o Presidente do governo espanhol.

No I Fórum Urbano de Espanha, que teve lugar em Sevilha, Pedro Sánchez divulgou a medida e referiu que este apoio financeiro se destina a jovens que aufiram menos de 23.725 euros anualmente. Além disso, destacou que o valor pode mesmo chegar a 40% do valor das rendas para as famílias em situação vulnerável.

O secretário-geral do PSOE sublinhou que esta medida servia para que os jovens se emancipassem e saíssem de casa dos pais: “Vamos destinar uma política pública para reduzir a idade da emancipação tão insuportavelmente alta no nosso país para que os jovens consigam aceder a uma casa arrendada digna com o apoio e a ajuda da Administração Geral do Estado”.

O ministro da Presidência espanhol, Félix Bolaños, coincidiu com a visão de Sánchez. “Será importante para ajudar os jovens a que eles se possam emancipar.” Por seu turno, os parceiros de coligação no governo espanhol, o partido Unidas Podemos, foi apanhado desprevenido, não tendo conhecimento da medida, e diz que ainda a vai estudar “em detalhe” antes de se pronunciar.

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Apoio cultural para jovens até 400 euros, mas touradas estão fora

No mesmo dia, mas já na Eslovénia, na cimeira europeia dos Balcãs Ocidentais, Pedro Sánchez divulgou ainda outra medida destinada aos jovens, desta feita um apoio de 400 anos para a cultura, à semelhança do que acontece em Itália ou em França.

É um valor para ajudar os jovens que fazem 18 anos “na compra de livros ou para o consumo de qualquer tipo de atividade artística, cénica, como podem ser o teatro o cinema, a dança ou a música”, descreveu o presidente do Governo espanhol de acordo com o El País.

Contudo, fora deste apoio ficam as touradas, ressalvou María Jesús Montero, ministra das Finanças: “Queremos ajudar a indústria cultural e há que priorizar quais são os setores e é por isso que a tauromaquia fica fora destes apoios, com a independência de que seja um elemento cultural contemplado em diferentes legislações.”

Face a esta medida, a Associação Nacional de Organizadores de Espetáculos Taurinos expressou o seu “enérgico mal-estar”. “Consideramos que é uma discriminação de toda a regra para uma atividade reconhecida legalmente parte do nosso património cultural”, argumenta a organização, acrescentando que esta decisão afeta a “recuperação de uma atividade que gera 54 mil postos de trabalho” e que foi afetada pela pandemia.

O governo autónoma da Andaluzia também considera que as touradas deviam estar incluídas nos apoios financeiros, uma vez que são “cultura”.