O Banco Central da Venezuela (BCV), a máxima autoridade monetária do país, registou 574,4% de inflação acumulada no país entre janeiro e outubro de 2021.

A inflação anualizada acumulada nos últimos 12 meses foi de 1.575,3%, segundo o BCV, considerado de hiperinflação, mas inferior aos 2.959,8% registados ao longo de 2020.

Os dados do BCV indicam que em outubro os preços das comunicações aumentaram 23,4% em relação ao mês anterior, seguindo-se os serviços de educação (14,5%), lazer e cultura (12%), equipamentos para o lar (10,8%), transportes (9,9%), serviços para a habitação exceto telefones (8,4%), e bens e serviços diversos (8%).

Registaram menores aumentos os alimentos e bebidas não alcoólicas (6,0%), saúde (5,8%), aluguer de habitação (5%), vestuário e calçado (4,5%), restaurantes e hotéis (3,9%), bebidas alcoólicas e tabaco (1,7%).

Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), a inflação venezuelana caiu 0,3% entre setembro e outubro, passando de 7,1% para 6,8%, respetivamente.

Segundo analistas venezuelanos, o comportamento dos preços ao consumidor na Venezuela durante os meses de setembro e outubro obedeceu a uma estabilidade no valor cambial (preço do dólar norte-americano versus bolívar venezuelano).

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Os analistas advertem que os preços podem voltar a subir até finais de 2021, devido ao aumento dos gastos públicos.

A Venezuela está em recessão económica desde 2004 e regista hiperinflação desde 2017, com os usuários a queixarem-se dos altos preços e do colapso dos serviços públicos.

A oposição venezuelana acusa o regime de aplicar políticas danosas para a economia do país.

No entanto, o Governo do Presidente Nicolás Maduro responsabiliza as sanções internacionais impostas contra a Venezuela pela hiperinflação e o colapso dos serviços.

Apesar de a moeda oficial venezuelana ser o bolívar, os preços dos produtos e serviços na Venezuela são fixados em dólares norte-americanos, e variam constantemente, mesmo quando pagos em moeda estrangeira.