A Galp garantiu que a refinaria de Sines (Setúbal) faz parte dos planos da empresa para a descarbonização energética e disse entender a posição do coletivo Climáximo que esta quinta-feira promoveu um protesto junto da unidade industrial.
“Respeitamos o direito ao protesto e entendemos a posição dos manifestantes, que acreditam que mais ações são necessárias no movimento da descarbonização”, avançou fonte da administração da Galp, contactada pela agência Lusa.
A mesma fonte oficial adiantou que o protesto da Climáximo, que juntou esta quinta-feira cerca de 100 manifestantes junto aos vários acessos da unidade, numa ação não violenta de desobediência civil e bloqueio, “não afetou a atividade da refinaria de Sines”.
A Galp está a fazer o caminho para a descarbonização da sua atividade e para posicionar a empresa e o país na vanguarda da transição energética”, acrescentou.
Segundo a empresa, a refinaria de Sines “fará parte desta transformação, transitando ao longo do tempo para um Parque de Energia Verde, com novas soluções sustentáveis, como o hidrogénio verde e os biocombustíveis”.
Durante a tarde, ativistas concentraram-se nos acessos principais da refinaria tentando bloquear a atividade da unidade, não tendo a agência Lusa observado a entrada ou saída de qualquer veículo, enquanto os trabalhadores circularam normalmente.
Protesto na refinaria da Galp em Sines termina sem novos incidentes
No início da ação de protesto, por volta da hora do almoço, aconteceu o momento mais quente, quando um grupo de cerca de 10 manifestantes acedeu sem autorização às instalações, na zona da portaria, sendo acompanhado de volta ao exterior por militares da GNR.
Já um dos ativistas que se sentou em frente ao portão do acesso dos camiões, embora na altura não passasse qualquer viatura, foi algemado, retirado do local e identificado pela GNR, juntando-se depois aos outros ativistas.
A manifestação da Climáximo, intitulada “Vamos Juntas!”, reivindicou “o encerramento planeado e gradual da refinaria de Sines até 2025″.
Também a Comissão Central de Trabalhadores (CTT) da Petrogal defendeu esta quinta-feira a necessidade de aprovação imediata dos investimentos destinados à descarbonização” da refinaria de Sines da Galp e convidou o coletivo Climáximo a integrar esta “frente”.
A CCT pretende endereçar um convite público à Climáximo para, conjuntamente, estabelecermos uma frente que reivindique a descarbonização da refinaria de Sines até 2025, tal como a própria administração gizou no seu plano estratégico”, disse a estrutura representativa dos trabalhadores, em comunicado.
A Galp encerrou este ano a refinaria de Matosinhos, distrito do Porto, na sequência da decisão de concentrar as operações em Sines.
Em junho, a petrolífera anunciou ao mercado que pretende transformar gradualmente a refinaria de Sines “num centro de energia verde”, um projeto que será alavancado no acesso ao hidrogénio verde.