O primeiro-ministro elogiou esta quinta-feira a forma como Francisca Van Dunem exerceu as funções de ministra da Justiça, dizendo que, para sua infelicidade, por razões pessoais, esta magistrada não quer voltar a exercer funções políticas na próxima legislatura.
António Costa falava no final de uma sessão na sede da Polícia Judiciária (PJ), em Lisboa, que se destinou a assinalar o Dia Internacional contra a Corrupção e que contou com a presença da ministra da Justiça, mas também da procuradora-geral da República, Lucília Gago, e do diretor nacional da PJ, Luís Neves.
Francisca Van Dunem é ministra da Justiça desde novembro de 2015, quando António Costa foi empossado pela primeira vez no cargo de primeiro-ministro. Desde a semana passada, com a demissão de Eduardo Cabrita do cargo de ministro da Administração Interna, Francisca Van Dunem tutela também esta pasta governativa.
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No final de um discurso com cerca de 30 minutos, o líder do executivo surpreendeu quando se dirigiu diretamente a Francisca Van Dunem, que já manifestou publicamente a sua intenção de abandonar a atividade política após as eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro próximo.
Expresso aqui publicamente um agradecimento à doutora Francisca Van Dunem. Seguramente, não teria sido possível esta evolução, a adoção de uma Estratégia Nacional contra a Corrupção de uma forma tão consistente, a sua execução tão rápida e de modo tão coerente, se não tivéssemos beneficiado do lado do poder político da experiência acumulada de várias décadas de uma magistrada de exceção”, declarou António Costa.
Francisca Van Dunem, segundo o primeiro-ministro, “dedicou à magistratura toda a sua vida profissional”.
“Brevemente vai retomá-la, por vontade própria e para infelicidade minha. Seguramente, continuando a fazer aquilo que tem feito ao longo de toda a sua vida: Servir Portugal, a democracia e honrar a nossa justiça. Francisca, muito obrigado”, acrescentou.