“O ser humano é assim: o que é estranho faz confusão”. A afirmação é de Patrícia Soares dos Santos que, aos 9 meses de idade, foi diagnosticada com Atrofia Espinhal do Tipo 2. Em entrevista ao podcast sobre iniciativas sustentáveis e de responsabilidade social do Santander “Mudar o Mundo”, partilha a sua experiência de vida, a partir de uma cadeira de rodas. Apesar da sua condição, Patrícia assegura que tem feito uma vida “normal”: “Sempre aceitei as minhas limitações. Estudei em escolas públicas, no ensino normal. Dentro das minhas limitações, nunca me senti limitada”.

Mas a transição para o mercado de trabalho trouxe-lhe alguns dissabores: “A primeira barreira que senti foi no estágio. Uma agência de turismo disse à escola que não podia aceitar-me porque eu ia estar no atendimento ao público e isso era mau para a imagem da empresa. Não fiquei revoltada com a minha condição, mas sim, com a empresa”.

Patrícia Soares dos Santos conseguiu fazer outro estágio que correu “super bem”, mas voltou a encontrar obstáculos quando quis encontrar emprego: “Fui mandando currículos e pus sempre uma nota que estava numa cadeira de rodas. Fui chamada duas ou três vezes em cinco anos”, conta em entrevista ao podcast do Santander “Mudar o Mundo”.

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Através das redes sociais, teve conhecimento do programa de empregabilidade da Associação Salvador e resolveu entrar em contacto. Foi chamada para uma entrevista no Santander: “Quando vim à entrevista com o Santander senti que havia uma abertura muito grande. Havia necessidades em que o banco não estava adaptado, mas ouvi sempre ‘tudo bem, isso resolve-se’”, refere, entusiasmada. Foi selecionada e ficou “super feliz”.

Desde o início, assegura que “foi tudo normal” e nunca sentiu qualquer barreira. Quando surgia alguma dificuldade, “era ultrapassada na hora”: “Por exemplo, à refeição, sempre tive colegas a ajudar-me porque eu não como sozinha. Até a convidar-me para almoçar! Entretanto, o Santander arranjou uma pessoa para ajudar porque há mais pessoas com necessidades especiais”, explica.

Para Patrícia Soares dos Santos, o trabalho no Santander deu-lhe aquilo que “era impensável ter” – independência. As conquistas começaram logo no primeiro dia de trabalho: “Já tinha tentado abrir conta num banco e, na altura, eu não assinava. O meu Cartão de Cidadão diz que não posso assinar. E nenhum banco aceitava uma conta só minha, tinha que ter outra pessoa na conta. O Santander foi o primeiro banco a conseguir que a impressão digital fosse a minha assinatura. Então, foi no Santander que consegui ter uma conta só minha!”.

A colaboradora do banco mantém uma perspetiva positiva face à sua doença e limitações: “Eu senti que se eu me aceitar, é mais fácil as outras pessoas me aceitarem. Se eu levar a minha doença com leveza, é mais fácil as outras pessoas levarem também”.

Às vezes, quando mudamos, o mundo muda também. E a vida de Patrícia mudou – para melhor – com um emprego no Santander.

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